Geral
PotencializEE realiza workshop
O programa PotencializEE realizou nesta quarta-feira (18), em São Paulo, no espaço de eventos do Hotel Intercontinental da capital paulista, o primeiro de uma série de workshops com o tema “Revisão da Participação da Indústria no PEE da ANEEL”. O encontro contou com a presença de representantes da GIZ (Agência Alemã de Cooperação Internacional), que lidera o PotencializEE, SENAI, ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviço de Conservação de Energia) e ESCOs (Energy Services Company), que são empresas especializadas em serviços de conservação de energia.
O objetivo do workshop foi reunir sugestões para melhorar o PEE (Programa de Eficiência Energética) da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) sob a perspectiva da indústria brasileira. Apesar de ser o setor que mais consome energia no país, após cerca de 20 anos do Programa da ANEEL e mais de 1 mil projetos de Eficiência Energética realizados, apenas 42 foram voltados para indústrias.
De acordo com o conselheiro da ABESCO e diretor da AGES Consultoria, Rodrigo Aguiar, não há mais tempo a perder. “É preciso reunir cada vez mais atores do setor para essa discussão, assumir que o país é extremamente deficiente sob o ponto de vista energético e começar a tomar ações para melhorarmos essa situação. Devemos estimular indústrias e mostrar a quantidade de desperdício de dinheiro e oportunidades que temos. Eu espero que, neste ano, a gente possa realizar uma virada na eficiência energética industrial no Brasil, porque é um tema urgente e que não pode mais esperar”
O público presente foi dividido em quatro grupos de discussão, com os seguintes temas: “Adequações no PROPEE e nas CPPs”; “Abrangência do PEE”; “Aspectos inovadores”; e “Questões estruturais”. Cada grupo contou com um mediador e, ao final das discussões, as conclusões foram apresentadas a todos os presentes.
Para o diretor da Gestor Participações, José Otávio, há formas de tornar o PEE da ANEEL mais atrativo para as indústrias. “Eu considero que é necessário um esforço para ajustar a legislação, a fim de tornar o programa mais atrativo para as indústrias brasileiras, incluindo benefícios de produtividade e de economia, além da redução de encargos para financiamento. Da forma como está, esses encargos acabam sendo um grande obstáculo para mais adesões”.
Já a diretora da Deode Inovação e Eficiência, Denise Sanches de Melo, comenta que é preciso aumentar o volume de recursos destinados para programas de eficiência energética voltados para a indústria. “Desde o ano passado, esses recursos vêm reduzindo bastante. E as indústrias precisam desse aporte, afinal, projetos de eficiência energética mais robustos, apesar de garantirem retorno financeiro, precisam de um aporte inicial geralmente alto. Sem dinheiro não há como reverter essa situação”, disse.
Outros encontros
Ao todo, serão realizados cinco workshops deste tipo. Além deste, haverá também um em formato online no dia 24 de janeiro, também voltado para ESCOs. Já no dia 31 de janeiro, o encontro será presencial em Belo Horizonte e voltado para Indústrias e Federações. Também para este público, haverá um workshop em formato online no dia 2 de fevereiro. Por fim, no dia 8 de fevereiro, acontecerá em Brasília um evento híbrido com o foco em Distribuidoras de Energia.
Assim que todos forem concluídos, serão realizados mais alguns eventos para apresentar aos interessados os resultados e conclusões dos workshops.
Os interessados devem se inscrever pelos seguintes links:
Dia 24 de janeiro (Online) – Link
Dia 31 de janeiro (Belo Horizonte/MG) – Link
Dia 2 de fevereiro (Online) – Link
Dia 8 de fevereiro (Evento Híbrido, em Brasília/DF) – Link
Programa PotencializEE
O PotencializEE é um programa de Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, liderado pelo MME (Ministério de Minas e Energia) e coordenado em parceria com a GIZ Brasil, Agência Alemã de Cooperação Internacional. O Programa tem como meta reduzir 1,1 milhão de toneladas de CO₂ emitidos pelas PMEs (Pequenas e Médias Empresas) industriais do estado de São Paulo até o fim do programa.
“Nós, do Programa PotencializEE, juntamente com os diversos interessados no setor industrial deste e dos próximos workshops, vamos contribuir com sugestões para que o Programa de Eficiência Energética da ANEEL atraia mais e mais indústrias do país. A indústria brasileira responde por mais de 32% do consumo final de energia e quase 40% da eletricidade consumida no Brasil. E é urgente que as indústrias do país reduzam o seu consumo energético para crescer mais, aumentar a competitividade e reduzir custos de produção”, afirmou o diretor do Programa PotencializEE, Marco Schiewe.
Iniciado em 2022, o PotencializEE contabilizou 833 pequenas e médias indústrias no estado de São Paulo inscritas até o momento. Ele é o maior programa de eficiência energética voltado para a indústria brasileira, o PotencializEE tem foco em pequenas e médias indústrias do estado de São Paulo de 11 segmentos de mercado e projeta uma economia de 7.267 GWh no consumo de energia – maior que o consumo anual de energia elétrica de todo o Distrito Federal – e a redução de emissões de 1,1 milhão de toneladas de CO₂ equivalentes, até 2024. Além disso, o PotencializEE pode proporcionar uma economia para essas pequenas e médias indústrias de 25%, em média, de acordo com resultados de iniciativas similares, como o Brasil Mais Produtivo. O programa tem como parceiros estratégicos instituições ligadas aos setores de energia, indústria e financeiro. No âmbito nacional, são parceiros o MME, Ministério da Economia e EPE (Empresa de Pesquisa Energética). No setor da indústria, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) é o principal executor do programa. Participam também da implementação a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), a ABESCO (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Conservação de Energia) e o Procel (Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica). Entre os parceiros financeiros estão: Desenvolve SP (Banco do Estado de São Paulo) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), entre outros bancos privados.
