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Campinas confirma mais duas mortes por dengue e total vai a 37

A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou na tarde desta terça-feira, 11 de junho, mais duas mortes por dengue na cidade. Com isso, o total subiu para 37 neste ano.

A Pasta lamenta as mortes e se solidariza com as famílias. O desfecho óbito depende de fatores como procura precoce por atendimento, manejo clínico adequado e fatores individuais do paciente, como doenças preexistentes. Não há relação direta com a oscilação de casos, embora a Saúde registre, neste momento, tendência de redução da transmissão diante da diminuição das temperaturas desde a segunda quinzena de maio.

Desde 1º de janeiro foram registrados 106.518 casos de dengue. Assim como em todas as situações de casos registrados, medidas preconizadas foram desencadeadas nas regiões onde residiam as pessoas que morreram: controle de criadouros, busca ativa de pessoas sintomáticas e nebulização para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença.


Perfil dos óbitos

Os novos óbitos foram em 3 e 6 de maio. Veja abaixo orientações sobre assistência.
 

  • Sexo feminino, 35 anos, com comorbidades. Atendida na rede pública e moradora da área de abrangência do CS Floresta. Ela teve início dos sintomas em 28 de abril e o óbito ocorreu em 3 de maio.
  • Sexo masculino, 83 anos, com comorbidades. Atendido na rede pública e morador da área de abrangência do CS Lisa. Ele teve início dos sintomas em 30 de abril e o óbito ocorreu em 6 de maio.



Situação atual

A Secretaria de Saúde reitera o alerta feito desde 2023 com objetivo de sensibilizar a população para tentar reduzir casos e óbitos: a melhor forma de prevenção contra a dengue é eliminar qualquer acúmulo de água que possa servir de criadouro, principalmente em latas, pneus, pratos de plantas, lajes e calhas. É importante, ainda, vedar a caixa d’água e manter fechados vasos sanitários inutilizados.

“Com a queda acentuada das temperaturas desde a semana retrasada, esperamos que os casos diminuam ainda mais. Por outro lado, é preciso alertar que as medidas de prevenção e combate à dengue devem ser contínuas e realizadas o ano todo”, destacou o coordenador do Programa de Arboviroses, Fausto de Almeida Marinho Neto.

O pico de transmissão da epidemia de dengue ocorreu no período entre 7 e 13 de abril.


Contexto nacional

A epidemia de dengue é nacional e, neste ano, dois fatores contribuíram para aumento de casos em Campinas apesar da série de esforços da Administração para combater a doença e aprimorar a assistência em saúde: a circulação simultânea de três sorotipos do vírus pela primeira vez na história, e condições climáticas favoráveis para a proliferação do mosquito, principalmente por conta das sucessivas ondas de calor entre outubro e início de maio.


Assistência em saúde

A pessoa que tiver febre deve procurar um centro de saúde imediatamente para diagnóstico clínico. Portanto, a Saúde faz um apelo para que a população não banalize os sintomas e também não realize automedicação, o que pode comprometer a avaliação médica, tratamento e recuperação. Já quem estiver com suspeita de dengue ou doença confirmada e apresentar sinais de tontura, dor abdominal muito forte, vômitos repetidos, suor frio ou sangramentos deve buscar o quanto antes por auxílio em pronto-socorro ou em UPA.

“A gravidade por dengue se dá, principalmente, na fase que a gente considera crítica, quando a pessoa deixa de ter febre. É diferente de outras viroses. Nesse momento, as pessoas devem estar muito atentas se melhoram ou se começam a ter algumas alterações, como muitos vômitos, algum sinal de sangramento, por exemplo, na gengiva, ou se a mulher menstruada começa a ter um maior volume, tem aquela sensação de desmaio e começa a se sentir mais indisposta. Essas pessoas têm que voltar imediatamente para a assistência médica para fazer hidratação, muitas vezes, na veia. Uma outra questão que faz a pessoa ter um desfecho favorável é conseguir beber a quantidade de líquido prescrita, que são 60 mL por quilo de peso. Isso é qualquer líquido e um terço disso em sais de hidratação”, alertou a diretora do Departamento de Vigilância em Saúde, Andrea von Zuben.


O que já foi feito
 

  • Em 2023, um estudo da Secretaria de Saúde mostrou que a cidade viveria uma nova epidemia de dengue. Por isso, foram desencadeadas diversas medidas para o enfrentamento da doença. Muitas delas consideradas adicionais ao planejamento regular de prevenção e combate à dengue. O plano inclui Sala de Situação para análise sistemática, reorganização da rede municipal de saúde e novo site para divulgar informações.
  • Em dezembro do ano passado foram reforçados os estoques dos principais insumos usados no tratamento da dengue para garantir o atendimento dos pacientes da rede municipal de saúde. A administração divulgou uma projeção de pelo menos 100 mil casos da doença em 2024. 
  • Desde janeiro foram realizados 19 mutirões intersetoriais, incluindo um regional. Foram visitados 83,4 mil imóveis em 133 bairros para orientar a população e retirar criadouros do mosquito. 
  • A Administração tem usado drones para localizar grandes criadouros do Aedes aegypti, como piscinas e caixas d’água em imóveis identificados como desocupados ou em situação de abandono. Com isso, chaveiros podem ser acionados e esta medida está respaldada em decisão judicial de 2020, proferida nos autos do processo judicial n.º 1005810-97.2014.8.26.0114, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Campinas.
  • Outra novidade é o uso de inteligência artificial para ampliar o monitoramento e assistência em saúde aos pacientes com dengue. Toda pessoa diagnosticada ou com suspeita da doença, após atendimento no SUS Municipal, recebe, via WhatsApp, mensagem disparada pelo chatbot que auxilia a Pasta a acompanhar as condições do paciente. Caso necessário, é feita nova orientação sobre busca por atendimento. Até 3 de junho, 36.945 pacientes foram acompanhados. Do total, 13.201 foram reencaminhados aos serviços de saúde. 
  • A Prefeitura criou ainda o Grupo de Resposta Unificada (GRU), que envolve todas as áreas com objetivo de agilizar respostas e fiscalizações para denúncias que tratam de criadouros.
  • A Secretaria de Serviços Públicos intensificou o trabalho de coleta de lixo e entulhos e, com isso, passou a recolher 4 mil toneladas a mais de resíduos urbanos por mês.


Aos sábados, a Secretaria de Saúde passou a abrir centros de saúde que não funcionam aos finais de semana para ampliar o atendimento dos pacientes.


Ações em números – (atualização até 6/6)
 

  • Controle de criadouros: 685,6 mil imóveis visitados
  • Nebulização: cobertura de 122,2 mil imóveis
  • Busca ativa: 105 mil imóveis visitados
  • Avaliação de densidade larvária: 58,4 mil imóveis visitados
  • Pontos estratégicos e imóveis especiais: 2,1 mil imóveis visitados
  • Mutirões aos sábados: 83,4 mil imóveis de 133 bairros visitados

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