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Nota da APqC sobre a Febre Maculosa

A Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo recebe com preocupação a notícia de mortes provocadas pela Febre Maculosa. Nos últimos anos, o Estado vem sofrendo um desmonte da estrutura de pesquisa científica, essencial para orientar ações de vigilância epidemiológica.  

Importante alertar que a Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN), responsável pelos estudos nesta área, foi extinta em 2020, durante o governo de João Doria. A estrutura, composta por 14 laboratórios, sendo dois na Capital Paulista e 12 em diferentes regiões do Estado, está até hoje com operações comprometidas, afetando e até cancelando novas pesquisas. A APqC e o Instituto Pasteur chegaram a entregar uma proposta para que os laboratórios sejam incorporados ao Pasteur, em março deste ano, mas aguarda decisão do Governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). 

Em 2016, uma resolução conjunta entre o Estado e o Ministério Público (MPSP) estabeleceu diretrizes para o controle da Febre Maculosa. O documento atribuía à SUCEN pesquisas em locais com casos confirmados da doença, identificando os tipos de carrapatos, além do monitoramento e orientação aos municípios.   

Sem investimentos em ciência, a resposta a casos como este, de morte provocada por uma bactéria, fica comprometida e expõe a sociedade ao risco de novos casos e mortes. É urgente investir em Institutos de Públicos de Pesquisa, alguns há 20 anos sem concurso público, além de salários defasados em relação a outros Estados da Federação.  

Mesmo nestas condições, Institutos Públicos, como o Adolfo Lutz, responsável pela análise das amostras coletadas das vítimas, ainda são referência em atendimento à população brasileira e merecem o reconhecimento da sociedade. 

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