Connect with us

Eventos

Espetáculo com sobreviventes reais de Hiroshima faz apresentação única em Campinas

hiroshima

“Os Três Sobreviventes de Hiroshima” se apresenta no Castro Mendes dia 1 de junho; ingressos já estão à venda

“Os Três Sobreviventes de Hiroshima”, espetáculo do gênero teatro documental que leva ao palco sobreviventes reais que contam suas histórias, ganha única apresentação em Campinas no dia 1 de junho (sábado), às 20h no Teatro Castro Mendes. No palco, três sobreviventes do primeiro ataque nuclear da história fazem seus depoimentos de uma das piores tragédias da humanidade.  São contados os momentos da explosão nuclear na cidade de Hiroshima, no Japão, em 1945, os dias seguintes e a imigração para o Brasil.

O espetáculo reconstrói a história do militar Takashi Morita, na época com 21 anos, e dos civis Kunihiko Bonkohara, com 5 anos e Junko Watanabe, com 2 anos, que estavam em Hiroshima no dia do bombardeio. Em cena, eles atuam no formato de teatro documental, também conhecido como biodrama. Fotos originais e canções da época executadas pelos sobreviventes compõem o clima da apresentação.

Advertisement

Com roteiro e direção de Rogério Nagai, o espetáculo deu origem ao projeto “Sobreviventes Pela Paz”. A ideia surgiu em 2012 com pesquisas sobre a comunidade nipo-brasileira e a imigração japonesa no Brasil. Foram doze meses de pesquisa com palestras, estudos, debates, lançamento de livro, exibição de documentários, leituras dramatizadas e apresentações teatrais. “Ainda que trate de uma tragédia, o texto traz uma reflexão sobre a paz por onde passa, com uma mensagem forte de resiliência, perdão e superação. Colocar os sobreviventes em cena é uma maneira que o projeto encontrou de mostrar a importância de propagar e manter a paz, para que acontecimentos como esse nunca mais se repitam”, ressalta Rogério Nagai, diretor do projeto.

Esta será a primeira vez que o espetáculo vem para Campinas. Ele passou por Curitiba em 2017, dentro da mostra FRINGE, do Festival de Teatro de Curitiba, além do Festival de Artes Cênicas de Bauru, o FACE-Bauru em 2018. As sessões lotadas e com muitos espectadores  para fora do teatro consagraram o sucesso de “Os Três Sobreviventes de Hiroshima”.

Hiroshima 

Advertisement

Em 6 de agosto de 1945, no estágio final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos lançaram uma bomba na cidade de Hiroshima. Três dias depois, atingiram também Nagasaki. Foram milhares de mortos e feridos, além de sobreviventes que buscaram retomar suas vidas depois da tragédia. Os números oficiais informam entre 130 e 240 mil mortos como resultado destes que foram os primeiros e únicos ataques nucleares contra civis em toda a história.

No Brasil, há 83 sobreviventes das bombas, todos associados à Associação Hibakusha Brasil Pela Paz, anteriormente chamada de Associação das Vítimas da Bomba Atômica no Brasil. Após ajuda médica e reconhecimento dado a essas pessoas, a associação passou a se dedicar também à propagação de mensagens de paz e pelo fim de armas e usinas nucleares.

“Os Três Sobreviventes de Hiroshima” é uma das ações apoiadas pela Associação. O espetáculo é realizado pela NAGAI Produções Artísticas e Culturais, criada em 2011 em São Paulo, que desenvolveu ainda o seminário “Hiroshima e Nagasaki NUNCA MAIS! em 2016”, em São Paulo.

Advertisement

SERVIÇO: 

“Os Três Sobreviventes de Hiroshima” roteiro e direção Rogério Nagai

Com Takashi Morita, Kunihiko Bonkohara, Junko Watanabe e Rogério Nagai

Advertisement

Gênero: teatro-documentário

Duração: 60 minutos

Data: 1º de junho – sábado

Advertisement

Horário: 20h

Ingressos: R$ 50,00 (inteira) e R$ 25,00 (meia-entrada)

Local: Teatro Municipal “José de Castro Mendes”

Advertisement

Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial, Campinas-SP

Telefone: 19-3272-9359

Recomendação 12 anos

Advertisement

Ingressos à venda pelo link:

OU PELOS PONTOS DE VENDA:

– Instituto Cultural Nipo-Brasileiro: Rua Camargo Paes, 118 – Jd. Guanabara, tel. (19) 3241-1213. Horário de funcionamento de segunda a sexta das 8h às 22h e sábado das 8h às 16h, somente dinheiro.

Advertisement

– Teatro Castro Mendes: Rua Conselheiro Gomide, 62 – Vila Industrial, tel. (19) 3272-9359. Horário de funcionamento de terça a domingo das 16h às 21h, somente me dinheiro.

– Vizu Sublimação: Rua Irmã Serafina, 775 – Centro, tel. (19) 3231-7299. Horário de funcionamento segunda das 10h às 18h, terça a sexta das 8h às 18h e sábado das 8h às 16h, dinheiro ou cartão.

– Panetteria Di Capri: Rua Maria Tereza Dias da Silva, 530 A – Barão Geraldo, Campinas – SP. Horário de funcionamento: Todos os dias das 6h às 22h30, somente dinheiro.

Advertisement

Kunihiko Bonkohara

Ele tinha 5 anos no dia da explosão atômica em Hiroshima e estava a apenas dois quilômetros do epicentro. Ele estava no escritório do pai que, ao ver o clarão, o empurrou para debaixo de uma escrivaninha e o protegeu com o corpo. Os dois foram feridos com estilhaços de vidro. Voltaram para casa, que estava destruída, e foram atingidos pela chuva negra. A mãe e a irmã mais velha, que haviam sido convocadas para trabalhar no centro da cidade, morreram. Bonkohara era para estar junto delas. Ele e o pai passaram dias procurando por elas entre os escombros da bomba, mas nunca foram encontradas. Bonkohara cresceu com a saúde muito frágil. Aos 11 anos teve tuberculose, na adolescência sofria os efeitos da radiação, como feridas pelo corpo, tontura, fraqueza e constantes desmaios. Aos 20 anos foi diagnosticado com um problema cardíaco, achou que viveria até os 30, no máximo. Depois desse diagnóstico, veio para o Brasil. Trabalhou na lavoura, depois foi radialista e se tornou empresário. Nuca se esqueceu dos horrores que a bomba provocou em sua família. Hoje, aos 78 anos, luta pela paz em viagens pelo Brasil e pelo mundo.

Junko Watanabe

Advertisement

6 de agosto de 1945. Enquanto brincava com o irmão na frente de um templo, Junko Watanabe, de 2 anos, foi atingida pela chuva negra – chuva radioativa causada pela bomba de Hiroshima. Não tem memória do que aconteceu nesse dia e a família nunca tocou no assunto. Quando tinha 38 anos, seu pai revelou a verdade e descobriu que era uma sobrevivente. O que a memória não trazia, algo dentro dela ainda reverberava. Veio para o Brasil sozinha com 24 anos, aqui se casou e criou seus filhos. Somente após os 60 anos, ao se aposentar, conseguiu finalmente abraçar a luta: conheceu o trabalho da Associação Hibakusha Brasil pela Paz e obteve mais conhecimento sobre os horrores da bomba atômica e suas consequências. Realiza palestras pelo Brasil e fez parte do projeto Peace Boat, viajando pelo mundo, contando suas histórias e divulgando a cultura de paz, para que esses horrores nunca mais aconteçam.

Takashi Morita

Ele tem quase um século de existência, mas é como se tivesse muitas vidas. Morita, 95, nasceu morto e foi ressuscitado pelo pai. Foi do Exército Imperial Japonês e sobreviveu à bomba atômica de Hiroshima, mas desenvolveu uma espécie de leucemia por causa da radiação. Teve contato com a “chuva negra” (chuva radioativa causada pela bomba atômica). Após a guerra, se tornou relojoeiro, profissão que aprendeu ainda jovem. Casou, migrou para o Brasil, empreendeu e prosperou por aqui. Hoje luta pela paz mundial.

Advertisement

COMPARTILHE NAS REDES SOCIAIS
Compartilhar no Facebook
 
 
banner-portal
banner-sumare