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Educação Especial de Campinas faz 30 anos e é referência nacional

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Considerada referência nacional, a Educação Especial das escolas municipais de Campinas atende hoje 1.127 alunos, um crescimento de quase 100% no número de matrículas se comparado ao ano de 2013. Naquela ocasião, 641 estudantes com deficiência auditiva, visual, intelectual, autismo, síndrome de down, entre outras, frequentavam as escolas da rede municipal.
Campinas foi pioneira, há três décadas, na aprovação de lei sobre o tema. De lá para cá, os avanços foram muitos. Ao todo, a Educação Especial campineira conta com 117 profissionais especializados, que atuam nas 206 unidades do município. Há também os projetos pedagógicos que garantem a inclusão, como a produção de materiais personalizados para atender a necessidade de cada aluno; aulas de educação física adaptadas; transporte especializado e até aulas em hospitais para aqueles que têm restrição para ir às escolas.
E as conquistas vão continuar em 2019. A Secretária de Educação, Solange Pelicer, disse que está “antenada em tecnologias assistivas para dar apoio ao ensino: a ideia é avançar mais um pouco a cada ano”, disse. Para a secretária, o foco da Educação Especial é gerar inclusão, oportunidades e senso de pertencimento para crianças e jovens. “Eu sempre compreendi que a criança deficiente tem os mesmos direitos que as crianças sem deficiência”, defende.
Classes hospitalares têm ambiente acolhedor
Dois professores, estagiários e uma sala de aula colorida, com brinquedos e materiais adaptados. Até então parece mais uma classe de uma escola convencional. Mas estamos falando de um espaço que funciona dentro dos hospitais municipais Dr. Mário Gatti, no Parque Itália, e Ouro Verde, na Chácara São José. “O ambiente é tão acolhedor que até médico vem participar”, disse a professora da classe hospitalar Patrícia Bravo, que atua no Hospital Ouro Verde.
As classes hospitalares levam o ensino para crianças e adolescentes que chegam até a morar nos hospitais, em virtude das exigências dos tratamentos médicos. Qualquer estudante com até 14 anos e que passe mais de 15 dias internado participa das aulas. Nesse caso, as professoras entram em contato com a escola do paciente para saber mais sobre o perfil do aluno e o que está sendo trabalhado em sala de aula com sua turma. Com essas informações, são elaboradas aulas para que o ensino não seja interrompido. Caso a criança ou jovem não possa se locomover até a sala de aula, as profissionais vão até o leito.
Há relatos mostrando que as classes hospitalares ajudam no tratamento, atuando como um estímulo. As professoras fazem reuniões e colaboram com os médicos, informando-os sobre como os alunos estão respondendo ao ensino.
O ambiente e os colegas garantem uma quebra na rotina monótona e muitas vezes difícil da estadia hospitalar. As aulas são tão atrativas que os alunos não querem ir embora, e aguardam ansiosos pela próxima. “É como se virasse uma chavinha”, conta Patrícia sobre a empolgação de seus estudantes: “nossa, nem tô no hospital, comentam”.
Em novembro, foram atendidos 145 estudantes nas duas unidades hospitalares. O conteúdo e os materiais são personalizados para atender às necessidades de cada um. Vânia Garbos, que também é professora no Ouro Verde, relata que em alguns casos foram adotados estudos temáticos sobre a Copa do Mundo de futebol ou sobre carros, por exemplo, e que deram ótimos resultados.
Materiais sob medida
Outra iniciativa pioneira da Secretaria de Educação foi a criação do Centro de Produção de Material Adaptado (Cepromad), localizado no bairro Taquaral. Lá, três professoras trabalham para atender às demandas personalizadas de quem faz parte da Educação Especial.
Esses alunos precisam de materiais pensados para as suas necessidades. A produção pode abranger figuras plastificadas para ajudar a organizar a rotina de autistas, livros em braile, videoaulas com interpretação em Libras e até peças mais complexas, como livros para os que têm baixa visão. A confecção pode exigir impressoras grandes e sofisticadas, ou aparelhos com a tecnologia de ponta dos teclados Linha Braille, que fazem a tradução simultânea entre o que é escrito pelo aluno ou professor em seus computadores.
Os professores fazem solicitações específicas ao Cepromad conforme as necessidades identificadas no cotidiano escolar. Se necessário, as profissionais entram em contato com a criança para entender melhor a sua realidade e então partem para a fabricação, que costuma ser concluída em poucos dias.
A maior parte das solicitações é de livros em braile, que em geral levam cerca de dois dias para ficarem prontos. O Centro também empresta itens, oferece formação aos professores e até produz para pais de alguns estudantes, tudo para atender quem tem baixa visão, cegos, deficientes auditivos ou intelectuais, surdos, com transtornos globais e superdotados.
O Cepromad é um sucesso, as professoras frequentemente recebem e-mails e elogios sobre o trabalho. Elizabeth Baclosa, que faz parte da equipe, conta com orgulho, por exemplo, que uma aluna cega da EMEF Ângela Cury Zakia, no distrito de Sousas, chegou a ser alfabetizada antes de seus colegas de classe graças ao material do Cepromad.
Eventos
Prova da valorização que a Secretaria de Educação tem dado à Educação Especial são os diversos eventos da área realizados este ano. Um deles foi o Encontro da Educação Especial, em novembro, para que professores, gestores, profissionais e alunos aprendessem e discutissem sobre o tema.
Também foram promovidos os Jogos Escolares Municipais Adaptados, em parceria com a Faculdade de Educação Física da Unicamp, que ofereceu quadras, materiais e estagiários. Como resultado, cerca de 450 alunos de 30 escolas municipais experimentaram nove modalidades de esportes adaptados.

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