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Consciência Negra: escola do DF expõe mural que revolta alunos

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20/11/2019 20:33,atualizado 20/11/2019 21:03

Um mural fixado em uma parede do colégio Leonardo da Vinci na Asa Norte gerou revolta nas redes sociais nessa terça-feira (19/11/2019). No Twitter, alunos da instituição privada de ensino criticaram o painel, feito por professores em homenagem ao Dia da Consciência Negra, por causa da frase que dizia: “Não precisamos de um Dia da Consciência Negra. Precisamos de 365 dias de consciência humana” (foto em destaque).

Após a repercussão negativa, o mural instalado na semana passada foi retirado. Aluno do 3° ano do ensino médio, Henrique Brito Silva, 18 anos, relatou ao Metrópoles que o grêmio estudantil da unidade de ensino tirou o painel pelo fato de os alunos discordarem da citação. “Quando eles colocaram, o pessoal já tirou foto e postou nas redes sociais, porque a gente não concorda com o que foi dito”, afirmou.

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“Uma arte com o tema da Consciência Negra deveria lembrar que ainda há racismo no Brasil e não dizer o contrário. Acredito que eles tiveram uma intenção, mas que não passaram aquilo da forma correta”, considerou o estudante.

Veja a seguir a repercussão no Twitter:

Esta publicação, feita por uma aluna da escola, gerou grande repercussão no Twitterreprodução/twitter

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Internautas reforçaram as críticas nos comentáriosreprodução/twitter

Alunos da instituição defenderam que a frase exposta no painel desmerecia a luta da população negrareprodução/twitter

Retirado o painel, alunos já expuseram um novo mural produzido por eles, que chama atenção para a discriminação racial no país. “Existe racismo no Brasil” diz uma das frases.

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A ideia inicial foi de uma aluna do 2° ano do ensino médio. Como uma adolescente negra, ela considerou o primeiro painel “uma atitude ruim da escola”. “É uma pena que tenha sido exposto daquela forma”, avaliou a menina de 16 anos.

A adolescente, que já sofreu racismo em sala de aula, contou que na nova exposição buscou contar um pouco da história de importantes personalidades negras e destacar a existência do preconceito no Brasil ainda nos dias de hoje.

“Eu sou de descendência negra, então, tenho traços negros e já sofri racismo, inclusive na escola. Já escutei coisas como: ‘cabelo duro, cabelo pixaim’, porque tenho cabelo cacheado. Uma vez um professor se recusou a responder uma pergunta que fiz e, logo em seguida, respondeu a dúvida de um outro aluno, branco”, lembrou.

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Após conversar com a coordenação do colégio, ela relatou que teve apoio de professores e da própria direção para expor o trabalho que fez com colegas. “Eu já estava fazendo um novo [mural] de qualquer forma, então pensei que era agora que iria colocá-lo mesmo. Falei com a coordenação e eles já tiraram [o painel dos professores] na mesma hora. Aí pude colocar o que fiz com ajuda de amigos”, disse a estudante.

Mural exposto pela escola foi criticado por alunos da instituiçãoMyke Sena/Especial para o Metrópoles

O estudante Henrique disse discordar da frase colocada no painelMyke Sena/Especial para o Metrópoles

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Para ele, a escola teve uma intenção diferente, mas não conseguiu expor da forma corretaMyke Sena/Especial para o Metrópoles

Nessa terça, um novo mural foi exibido no colégioReprodução

O trabalho foi feito por alunos, que buscaram destacar a existência da discriminação racial no Brasil ainda hojeReprodução

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Na unidade de Taguatinga do Leonardo da Vinci, há 1.697 alunos declarados, sendo 78,26% brancos; 19,03% pardos; 1% pretos e 1,7% amarelos ou indígenas. Já na Asa Sul, são 496 estudantes: 85,48% brancos;  12,9% pardos; 0,6% pretos; e 1% amarelos ou indígenas. Na unidade da Asa Norte, onde ocorreu a polêmica do mural, são 1.213 alunos, sendo 82,44% brancos; 14,67% pardos; 1,15% pretos; e 1,7% amarelos ou indígenas.

Ao todo, 3.406 estudantes da rede de ensino declararam cor da pele. Somadas, as três unidades da escola particular têm 80,8% de alunos brancos; 16,6% de pardos; 1% de pretos; e 1,6% de amarelos ou indígenas.

Em levantamento feito pelo (M)Dados, o Metrópoles mostrou nesta quarta-feira (20/11/2019) que 78% dos estudantes negros estudam em escolas públicas. A pesquisa usou como base o Censo Escolar de 2018, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

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Ao separar as informações relacionadas aos ensinos médio e fundamental do DF, verifica-se que apenas 14% dos alunos pretos estão na rede privada de ensino. Para especialistas, esse é apenas um dos vários reflexos do racismo institucionalizado no Brasil. Por esse motivo, pontuam, esta quarta-feira (20/11/2019), Dia da Consciência Negra, não deve ser comemorada, mas marcada por luta.

O Metrópoles procurou a assessoria de imprensa do colégio Leonardo da Vinci nesta quarta-feira (20/11/2019) para se pronunciar sobre o caso. Até a última atualização desta reportagem, a instituição de ensino não havia se manifestado.

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Após a repercussão negativa nas redes sociais, o painel foi retirado pelo colégio particular. Estudantes expuseram uma nova homenagem

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