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Campinas anuncia que pacientes de baixa complexidade deverão ser atendidos em suas cidades por conta da sobrecarga na saúde

A reunião de urgência realizada ontem (13) de manhã em Campinas delineou ações para enfrentar a sobrecarga na saúde, especialmente nos atendimentos de urgência e emergência, bem como na ocupação de leitos hospitalares dos serviços públicos na cidade.

Entre as medidas anunciadas pela Prefeitura na tarde de hoje, a mais crucial é a determinação de que os pacientes de baixa complexidade, provenientes de outras cidades, mas atualmente atendidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde) em Campinas, devem retornar para receber tratamento em seus respectivos municípios.

O encontro de hoje foi convocado pelo prefeito Dário Saadi (Republicanos) após o colapso do atendimento no HC (Hospital de Clínicas) da Unicamp ontem (12), afetando todos os hospitais que prestam serviços ao SUS na cidade.

Além disso, foi anunciada a implementação do SAD (Serviço de Atendimento Domiciliar) nas cidades da região, permitindo que pacientes de baixa complexidade, que atualmente ocupam leitos hospitalares, possam continuar o tratamento em casa. Atualmente, apenas Campinas possui esse serviço, atendendo 800 pacientes.

Foi decidido também que Saadi irá propor ao secretário Estadual de Saúde, Eleuses Paiva, a instalação de novos leitos de baixa e média complexidade na região. A reunião está agendada para o próximo dia 19.

Ainda nesta reunião, o prefeito campineiro solicitará a ampliação das vagas de hemodiálise, incluindo um terceiro turno na Unicamp, além da implantação de um hospital regional.

Motivos da Sobrecarga na Saúde

A Prefeitura de Campinas já antecipava um aumento nos atendimentos da rede pública devido ao aumento significativo nos casos de dengue após o Carnaval. Além disso, esperava-se um aumento nos casos de covid, devido à falta de interesse da população em receber a dose de reforço da vacina e à escassez do próprio imunizante – que enfrenta atrasos nos postos de saúde devido à falta de entrega por parte do governo estadual.

De acordo com Saadi, houve um aumento de 13% nos atendimentos de dengue e de 8% nos casos de covid. Além disso, 100 mil pessoas passaram a utilizar o SUS após a pandemia, devido à impossibilidade de continuar pagando convênios médicos privados.

O colapso no HC da Unicamp acabou por pressionar o atendimento no Hospital da PUC-Campinas, que nesta terça-feira (12) está com uma superlotação de 370%.

Ontem, houve mais uma sobrecarga no HC. O hospital possui 30 leitos, mas ontem havia 93 pacientes internados, resultando em uma superlotação de 210%. Devido a essa situação, a unidade de saúde solicitou ao Samu, aos Bombeiros e ao Helicóptero Águia da Polícia Militar que não encaminhassem mais pacientes devido à “sobrecarga da área física, de equipamentos e de recursos humanos e materiais”.

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