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Campanha de vacinação contra sarampo e pólio continua até 31 de agosto

Mais de 60% das crianças de Campinas com até cinco anos incompletos já foram imunizadas na Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo 2018. A meta é vacinar 95% das 56.790 crianças nesta faixa etária até o encerramento da campanha, no final de agosto. Os pais devem levar as crianças para vacinar, mesmo que estejam com a caderneta de vacinação atualizada.
Dados do balanço do Programa de Imunização do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria Municipal de Saúde, mostram que entre os dias 4 e 22 de agosto, 34.432 crianças receberam a vacina oral contra a poliomielite (gotinha) e 34.213 receberam a tríplice viral, que imuniza contra sarampo, caxumba e rubéola. A cobertura contra a pólio atingiu 60,63% até agora; já a de sarampo está em 60,25%.
Do total das 34.432 crianças com menos de cinco anos imunizadas contra a pólio, a cobertura ficou dividida da seguinte forma, até 22 de agosto: 7.620 na faixa de um ano de idade; 8.611 até dois anos; 9.388 até três anos; 8.813 na faixa dos quatro anos. No caso da vacina contra o sarampo, caxumba e rubéola, do total das 34.213 crianças nas idades da campanha, a divisão está assim definida até o momento: 7.457 com um ano; 8.642 até dois anos; 9.388 até três anos; 8.824 entre as crianças de quatro anos.
Vacinação necessária
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite e Sarampo prossegue até 31 de agosto e é voltada para crianças entre um ano e quatro anos, 11 meses e 29 dias. Mesmo que a carteira de vacinação esteja em dia, os pequenos nesta faixa de idade devem ser vacinados novamente.
A equipe do Devisa alerta os pais sobre a importância de levar os filhos para tomar as doses da campanha. Também chama atenção de médicos, enfermeiros e profissionais da Saúde para a necessidade de reforçar a necessidade da vacinação à população, por causa dos surtos de sarampo que estão acontecendo em algumas regiões do País e o risco da volta da poliomielite, doença considerada erradicada no Brasil mas cujo o vírus ainda circula em alguns países.
Por isso, neste ano a vacinação está sendo feita de forma indiscriminada, em que todas as crianças da faixa etária de um ano até os quatro anos, 11 meses e 29 dias serão imunizadas, mesmo as que já estão com esquema vacinal completo.
As vacinas estão disponíveis em todos os centros de saúde. Para receber as doses, os pais devem, preferencialmente, levar documento e carteira de vacinação da criança. Mas, mesmo que não tenha a carteira, a criança será vacinada. A lista completa com os locais e horários de funcionamento está disponível no site da Prefeitura, na página da Secretaria de Saúde (http://www.saude.campinas.sp.gov.br/saude/).
O sarampo e a pólio
A importância de manter a cobertura vacinal das crianças se deve à gravidade das doenças, que são evitáveis com a vacina. Entretanto, podem matar ou deixar sequelas para o resto da vida quando não há a proteção.
O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmitida por gotículas e aerossóis de saliva, pela fala; tosse e espirro. É extremamente contagiosa, mas pode ser prevenida pela vacina. Há risco de ser contraída por pessoas de qualquer idade, que não sejam vacinadas.
Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de eliminação da circulação do vírus do sarampo. Atualmente, empreende esforços para manter o certificado, já que o País registrou surtos e casos isolados da doença. Embora Campinas não tenha registros de sarampo confirmados neste ano, existe a necessidade da vacina pois há casos no Estado de São Paulo. A cidade possui trânsito de pessoas em nível nacional e internacional, por causa do Aeroporto de Viracopos e do Terminal Rodoviário, o que aumenta o risco do contato com a doença.
Atualmente, o Brasil enfrenta dois surtos de sarampo: em Roraima e no Amazonas. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos Estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará, Rondônia e São Paulo. O reaparecimento da doença está relacionado às baixas coberturas vacinais no País. No mundo, há registros de casos de sarampo em alguns países da Europa e das Américas.
Os sintomas do sarampo são: febre alta, acima de 38,5°C; dor de cabeça; manchas vermelhas que, geralmente, surgem primeiro no rosto e atrás das orelhas, e, em seguida, se espalham pelo corpo; tosse; coriza; conjuntivite; e manchas brancas que aparecem na mucosa bucal conhecidas como sinal de koplik, que antecede de um a dois dias o aparecimento das manchas vermelhas.
A poliomielite também é uma doença infectocontagiosa aguda, causada por um vírus que vive no intestino, denominado poliovírus. Ocorre com maior frequência em crianças menores de quatro anos, mas também pode ocorrer em adultos.
Cerca de 1% dos infectados pelo vírus pode desenvolver a forma paralítica da doença, que pode causar sequelas permanentes, insuficiência respiratória e, em alguns casos, levar à morte. Em geral, a paralisia se manifesta nos membros inferiores de forma assimétrica, ou seja, ocorre apenas em um dos membros. As principais características são a perda da força muscular e dos reflexos, com manutenção da sensibilidade no membro atingido.
A doença pode apresentar poucos sintomas (forma subclínica) ou nenhum e estes são parecidos com os de outras doenças virais ou semelhantes às infecções respiratórias como gripe, febre e dor de garganta, ou infecções gastrointestinais como náusea, vômito, constipação (prisão de ventre), dor abdominal e, raramente, diarreia.
A transmissão se dá diretamente de uma pessoa para outra, por meio de gotículas de saliva ou com material contaminado com fezes (contato fecal-oral), o que é crítico quando as condições sanitárias e de higiene são inadequadas. O poliovírus também pode ser disseminado por água e alimentos contaminados por fezes. A transmissão ocorre com frequência a partir de indivíduos sem sintomas.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), três países ainda são considerados endêmicos (Paquistão, Nigéria e Afeganistão). O Brasil está livre da poliomielite desde 1990. Em 1994, o país recebeu, da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), a Certificação de Área Livre de Circulação do Poliovírus Selvagem.

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