Indaiatuba

Fundação Pró-Memória ressalta inauguração de novo prédio em balanço de 2019

Foto: Arquivo – Eliandro Figueira RIC/PMI

O ano de 2019 foi bastante relevante para a Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, que depois de muito planejamento, ganhou um prédio para abrigar a Biblioteca Municipal e os Arquivos Municipais. Projetado para ser um espaço modelo para abrigar vários espaços de memória, a Casa da Memória José Luiz Sigrist, localizado na Rua das Primaveras, nº 450, Jardim Pompéia, consolidou a estrutura da organização arquivística, que já era modelo no Estado de São Paulo.

Em seis meses de funcionamento o novo prédio da Biblioteca Municipal se tornou referência em atividades lúdicas de leitura e construção de conhecimento para crianças, tendo consolidado as manhãs de sábado como ponto de encontro para o desenvolvimento de oficinas e atividades com tais objetivos. Foram pelo menos 32 oficinas, que contaram com a participação de mais de 1.700 pessoas.

“Com o novo espaço Indaiatuba se consolidou como cidade modelo em preservação do Patrimônio Cultural, organização administrativa e acesso à informação. Especialistas já confirmam que a Casa da Memória é um dos espaços mais estruturados para sua finalidade no país, servindo de modelo para outras cidades do Estado. Situação que pode ser confirmada pela visita de representantes municipais com intuito de se inspirar no modelo de Indaiatuba, como foi o caso de São Caetano, que encaminhou a sua equipe da Fundação Pró-Memória da cidade para vir aprender processos de gestão arquivística, patrimoniais e históricos, além da gestão sustentável do patrimônio Cultural”, argumentou o superintendente da instituição, Carlos Gustavo Nóbrega de Jesus.

A Fundação Pró-Memória solidificou a parceria com a Universidade de Coimbra (Portugal), uma das mais conceituadas do mundo, recebendo seus professores e ajudando articular uma rede cooperação para preservação e incentivo ao turismo entre cidades do Estado de São Paulo e os municípios europeus. Nesse sentido ajudou a organizar II Siced (Seminário Internacional de Comércio Exterior e Desenvolvimento Regional), evento que aconteceu simultaneamente em várias cidades do Estado, com a participação de instituições de ensino e pesquisa como Fatec (Faculdade de Tecnologia) e Unesp (Universidade do Estado de São Paulo).

O mote de tal parceria é buscar na experiência europeia o desenvolvimento sustentável de Indaiatuba por meio da preservação do Patrimônio Cultural e ambiental, realizado com atividades de educação, turismo, pesquisa e gestão. Além disso, a Fundação Pró-Memória manteve as parcerias com as grandes Universidades do Estado, como a Unicamp e PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica), resultando em cursos de capacitação, como o projeto de extensão do Departamento de História da Unicamp, Escola do Patrimônio.

MUSEU “ANTÔNIO REGINALDO GEISS”

O museu municipal passou a ser denominado “Antônio Reginaldo Geiss”, em homenagem a um dos idealizadores da Fundação Pró-Memória, da qual foi presidente por 25 anos. A nova nomeação do museu foi determinada pela Lei nº 7.236 de outubro de 2018, subscrita por todos os vereadores e sancionada pelo Prefeito Nilson Gaspar (MDB). O museu consolidou seu plano museológico e está pronto para, em 2020, montar a sua exposição de longa duração, que terá como tema a construção da identidade da cidade de Indaiatuba.

No decorrer deste ano o Museu Municipal realizou diversos eventos, exposições e atividades com o objetivo de atrair mais público e mais interação com a população, acarretando dessa forma, um crescimento considerável no número de visitantes que neste ano, comparado a 2018, cresceu cerca de 39%, chegando a quase 6.600 visitantes até o final do mês de novembro.

Com apoio da Fundação Pró-Memória, foi lançado em seu espaço o livro ‘Indaiatuba – um olhar sobre histórias, tradições, cultura e natureza, de Ronaldo Muller’. Além disso a Fundação produziu a coleção Patrimônio Cultural de Indaiatuba, um total de cinco livros que versam sobre a história e a memória da cidade e serão lançados em 2020.

Durante 2019 o Museu realizou as mais variadas atividades, direcionadas para todas idades. Dentre saraus, oficinas e exposições, um dos destaques foi para o projeto “Casarão 60+”, que teve como propósito realizar uma série de atividades com o público da terceira idade. Outra novidade foi a inclusão de faixas etárias menores, como bebês e crianças de 4 a 6 anos. A ideia é que as crianças comecem a se identificar com o Museu desde a mais tenra idade, se acostumando com seu ambiente, aprendendo aos poucos, e de forma divertida, que aquele espaço a elas também pertence.

O Museu também manteve suas clássicas atividades, como a “Semana de Férias”, a “Semana Nacional de Museus”, a “Primavera dos Museus”, a “Semana da Consciência Negra” e o “Projeto Escava-ação”, além das visitas escolares, que somaram mais de 3300 visitantes, do ensino básico ao superior, incluindo o EJA (Educação de Jovens e Adultos). Por fim, o Museu contou com a abertura de três novas exposições internas, além de ter recebido três mostras externas, garantindo o acesso à informação de forma ampla e democrática.

Através de análises e estratégias de comunicação, notou-se que a presença nas redes sociais hoje é de suma importância. Em relação ao ano passado a página da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba conquistou cerca de 1 mil novos seguidores, os quais são atingidos diariamente com publicações como Peça, Arquivo e Livro da Semana. A finalidade dessa ferramenta é fazer com que os usuários se sintam mais próximos da instituição, o que consequentemente gera maior engajamento por meio de compartilhamentos, curtidas e comentários, permitindo que novas pessoas conheçam e entendam a atividade fim da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba para com a cidade de Indaiatuba.

BIBLIOTECA PÚBLICA “RUI BARBOSA”

Com a mudança de endereço para a Casa da Memória, concretizada em junho, e um espaço mais amplo, a Biblioteca Pública Municipal “Rui Barbosa” conseguiu proporcionar para a comunidade diversas atividades, tais como visitas em grupos de variadas faixas etárias e também com grupos escolares, tanto públicas quanto privadas. A população também contou com oficinas educativas com temas significativos e comemorativos todos os sábados. Todo último sábado do mês, foi realizada a feira de venda de livros com valores simbólicos, além de atividades diversificadas, como por exemplo apresentações teatrais, lançamentos de livros, encontros com leitores e escritores, musicalização infantil e contação de histórias, sempre com o intuito de preservar a história e a memória cultural do município.

Segundo o superintendente da Fundação deve-se destacar que o novo espaço possibilitou a aplicação de um moderno conceito de Biblioteca. “Temos atualmente não apenas um lugar para guardar livros e fazer uso de leitura, mas um espaço de formação da cidadania, de um cidadão crítico e reflexivo, que por meio de livros e outros suportes podem desenvolver competências inovadoras, que ajudem no desenvolvimento pessoal e social”, explicou.

Assim, a Biblioteca Pública Rui Barbosa em consonância com as propostas do Sistema Estadual de Bibliotecas Públicas do Estado de São Paulo (Siseb) tem desenvolvido ações que reafirmam seu caráter de biblioteca viva, ou seja, como espaços democráticos de encontros de pessoas e, rodeados de livros. Desta forma, a biblioteca pública atualmente apresenta uma oportunidade de aproximação com a comunidade, levando informação e cultura.

Nesse novo modelo de biblioteca, o espaço inteiro da Biblioteca e todos os seus serviços são voltados à facilidade de acesso aos livros, vídeos e a todos os outros materiais de cultura e conhecimento. Sem burocracia, com muito dinamismo e gerando a satisfação dos usuários, que passam a se sentir parte integrante de um novo processo, saudável e instrutivo.

“O que se buscou com o novo planejamento da Biblioteca Pública, foi, a partir de um projeto pensado de acordo com as mais inovadoras experiências de países desenvolvidos, ter um espaço para auxiliar a formar cidadãos conscientes e estimular a relação entre as pessoas e a comunidade. Assim, a Biblioteca com seu novo prédio se tornou um espaço convidativo, amigável, confortável, colorido, arejado, bonito e todos os outros adjetivos de um espaço que quer receber e integrar sua comunidade. Como resultado, houve um aumento exponencial do público da Biblioteca, entre usuários e novos associados, que praticamente dobrou com relação a 2018”, ressaltou Gustavo.

ARQUIVO PÚBLICO MUNICIPAL

O Arquivo Público Municipal “Nilson Cardoso de Carvalho”, por meio da Fundação Pró-Memória de Indaiatuba, realizou durante o ano de 2019 ações educativas e oficinas com documentos históricos de seu acervo com as mais diversas faixas etárias, entre estas: “Os documentos e a preservação da memória de Indaiatuba” com os alunos do curso de Pedagogia da Unimax (Centro Universitário Max Planck); “Documentos e a preservação de Indaiatuba: a identidade negra em Indaiatuba” com alunos dos 2º e 3º anos do Ensino Médio da Escola Estadual Prof.ª Helena de Campos Camargo; “História e Memória de Indaiatuba” com alunos dos 4º anos do Colégio Renovação; “Casarão 60” com idosos do Lar de Velhos Emmanuel e a participação na 3ª Semana Nacional de Arquivos com a oficina “Desenhando Indaiatuba” com os alunos dos 4º e 5º anos da Escola Municipal Prof.ª Renata Guimarães Brandão Anadão.

O arquivo também ofereceu visitas técnicas para a assistência dos arquivos correntes da administração pública como parte do programa “Sistema Municipal de Arquivos”. Foram recebidas cerca de 400 solicitações de pesquisa de consulentes no acervo, retirada de documentos relacionados aos cemitérios Candelária e Parque dos Indaiás e atendimento às solicitações de documentos para as secretarias da Prefeitura Municipal, autarquias e fundações.

Foi concretizada ainda a transferência de cerca de 46 mil caixas-arquivo, cerca de 30 mil fotografias, entre outros tipos documentais para as novas instalações na Casa da Memória “José Luiz Sigrist”, com o intuito de melhorar o processo de gestão documental e o atendimento aos cidadãos. A Fundação Pró-Memória de Indaiatuba está desenvolvendo um planejamento de digitalização do acervo para futuramente disponibilizar documentos por meio digital na página da Fundação na internet. A digitalização do acervo do arquivo público municipal foi iniciada em 2015.

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