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Campinas terá projeto-piloto com oxímetro para paciente acima de 60 anos

Campinas vai iniciar nesta terça-feira, 21 de julho, um projeto-piloto de monitoramento da taxa de oxigenação do sangue de pacientes com mais de 60 anos confirmados ou suspeitos de Covid-19. O anúncio foi feito pelo prefeito de Campinas, Jonas Donizette, em transmissão ao vivo na internet. Os pacientes serão avaliados em domicílio com um aparelho chamado oxímetro, que é colocado na ponta do dedo.

 

“É um projeto que está começando por Campinas, que tem como um dos objetivos esvaziar as UTIs. Não terá custos para a Prefeitura, pois se trata de uma parceria entre a Prefeitura de Campinas, o Instituto Estáter e a Sociedade Brasileira de Infectologia”, explicou o prefeito. O projeto é uma iniciativa inédita. 

 

“Lançamos na semana passada a campanha Alert(Ar). Faremos o trabalho em Campinas, uma plataforma interessante para servir de exemplo para todos os municípios do Brasil em razão da organização do sistema de saúde e engajamento do time. O objetivo deste piloto é acompanharmos de forma pró-ativa a oximetria da população acima de 60 anos, que é a mais impactada e que tem mais dificuldade de ir para os hospitais. O projeto pretende reduzir a mortalidade e diminuir a sobrecarga das UTIs, pois a experiência tem mostrado que muitos pacientes que vão para a enfermaria mais cedo, recebem o protocolo básico de medicação e apoio de oxigênio não precisam ir para as UTIs”, afirmou o engenheiro e sócio-fundador da Estáter, Percio de Souza.  

 

O projeto vai começar pelos centros de saúde do DIC 3 e DIC 6, na Região Sudoeste da cidade. Cada centro de saúde terá 20 oxímetros doados pelo Instituto Estáter. Todas as unidades da rede já possuem oxímetros.

 

O monitoramento será feito pelos Agentes Comunitários de Saúde, que irão monitorar diariamente, de manhã e à tarde, a saturação dos pacientes. Isso será feito do 5º ao 10º dia de sintomas.

“Escolhemos a região Sudoeste porque lá fica o Ouro Verde, hospital municipal de retaguarda Covid, e temos centros de saúde contíguos, com a estrutura que a gente precisava”, disse o secretário de Saúde, Carmino de Souza. 

 

A previsão é que 16 pacientes dos dois centros de saúde já comecem a receber as visitas no primeiro dia do projeto, na terça-feira, 21 de julho.  Se a taxa de oxigênio estiver abaixo de 95%, o que é um sinal de alerta, os pacientes serão orientados a ir até o centro de saúde para avaliação médica.

 

É comum o paciente com Covid apresentar falta de oxigênio no sangue sem se queixar de falta de ar – isso se chama hipóxia silenciosa. A medição da saturação de oxigênio nos pacientes ainda quando apresentam os primeiros sintomas, pode salvar a vida das pessoas e evitar internações em UTIs.

 

Os centros de saúde DIC 3 e DIC 6 são responsáveis por uma cobertura de cerca de 26 mil habitantes, sendo 2.302 (8,9%) pessoas maiores de 60 anos. A região fica próxima do Hospital Ouro Verde.

 

As duas unidades fazem o monitoramento por telefone dos pacientes com síndrome gripal. Os pacientes com mais de 60 anos e/ou comorbidades são monitorados por meio de ligação telefônica a cada 24 horas. Os não vulneráveis, a cada 48 horas.

 

Informações sobre os centros de saúde

A média de atendimento diário de sintomáticos gripais nos CSs DIC 3 e DIC 6 é de 35 pacientes presenciais e 50 por teleatendimentos.

 

Nas duas unidades, foram confirmados até agora 338 casos de Covid-19, com 16 óbitos. Destes, 11 (69%) foram em homens e nove (31%) em mulheres. A média de idade dos pacientes que morreram foi de 65 anos.

Todas as pessoas que morreram passaram por internação hospitalar, sendo que 56,3% foram direto para UTI.

 

O projeto também inclui ações de comunicação, pesquisa, informação e mobilização social, com distribuição de cartilhas e capacitação dos profissionais de saúde. 

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