Variante brasileira P1 é identificada em quatro pacientes de Campinas
A variante brasileira P1, com mutações que tornam o coronavírus mais contagioso e também mais resistente a anticorpos, foi isolada em quatro pacientes de Campinas pelo Laboratório de Estudos de Vírus Emergentes do Instituto de Biologia da Unicamp, sob responsabilidade do professor José Modena.
Os pacientes confirmados com a P1 foram atendidos pelo Centro de Saúde da Comunidade (Cecom) da universidade e por outros serviços da cidade e todos estão curados. São dois homens e duas mulheres de três regiões de Campinas e com idades entre 28 e 69 anos.
Um homem, de 55 anos, morador na região norte da cidade, apresentou os primeiros sintomas da Covid-19 em 25 de janeiro. Outro homem, de 69 anos, da região sul, teve os sintomas iniciais em 27 de janeiro; uma mulher de 34 anos, da região leste, apresentou sintomas em 31 de janeiro e outra mulher, de 28 anos, da região norte, teve os sintomas em 10 de fevereiro.
A confirmação de que a variante, identificada pela primeira vez no início de janeiro, em Manaus, está circulando em Campinas mostra a necessidade de a população aumentar os cuidados sanitários, disse a diretora do departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea Von Zuben.
É uma variante mais transmissível e por isso os cuidados da população, como isolamento, uso de máscara, lavagem das mãos e distanciamento devem ser mais rigorosos”, afirmou.
A suspeita de que a variante estivesse em circulação em Campinas surgiu em meados de fevereiro, em função do aumento de novos casos da doença e de internações. A Prefeitura pediu apoio para a Unicamp para realizar o sequenciamento genético que busca a identificação da circulação da nova cepa do coronavírus na cidade.
O primeiro caso de P1 em Campinas foi confirmado em fevereiro, em uma mulher de 78 anos, que chegou à cidade em 14 de janeiro, num voo direto de Manaus. Ela desembarcou já com os sintomas da Covid-19 e foi levada para uma unidade de saúde e depois internada em hospital da rede privada, onde permaneceu até 25 de janeiro. Os passageiros que estavam próximos a ela no voo, assim como suas duas filhas, foram monitorados.