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Casal de pesquisadores resgata em livro a ancestralidade das receitas culinárias do Sudoeste Paulista

Quais ingredientes são necessários para um casamento feliz? O casal Heyttor Barsalini e Isamara Gouvea, pesquisadores do Núcleo de Pesquisas Receitas Históricas Brasileiras, traz uma parte importante da resposta na ponta da língua: resgatar, juntos e em sintonia, receitas culinárias de várias partes do estado de São Paulo. O mais recente fruto dessa paixão (e missão) recebeu o nome de A Culinária Dourada de Ribeirão Grande e será lançado no próximo sábado (19/8), a partir das 19h, no Stout Café Cultura e Bar, em Barão Geraldo, em Campinas (SP). O exemplar do livro estará à venda por R$ 57.

A noitada, que contará com bate-papo com os autores sobre a saga da preparação do livro e as curiosidades da culinária do sudoeste paulista, exibição de vídeos e sessão de autógrafos, também promete agradar os paladares. Compreensível: serão vendidos no local alguns pratos feitos a partir das receitas do livro preparados pela Chef Paula Regina. E tem mais: Cláudio Balaio, morador de Ribeirão Grande e preservador da cultural local, que influenciou a escrita do livro, vai apresentar à plateia o famoso Rojão, um tipo específico de churrasco local, tradição secular que aprendeu com o seu avô.

De acordo com Heyttor Barsalini, o livro é resultado de uma série de viagens, realizadas ao longo de 2022 à cidade que batiza a obra. Localizada a aproximadamente 230 quilômetros da Capital, Ribeirão Grande guarda conhecimentos culinários que são relíquias culturais e frutos da mistura das tradições culinárias portuguesa, italiana e africana. Ah, e não param por aí! Há mais um detalhe importante nesse tempero: região famosa por sua tradição tropeira, até o momento das pesquisas que originaram o livro, pouco se sabia sobre as influências ancestrais indígenas Kaingang na culinária local.

“Esse não é apenas um livro de receitas, mas um registro de um modo de vida de toda uma cultura que pode ser considerada o berço do Sudoeste Paulista. Enquanto até hoje se fala somente da tradição tropeira daquela região, a pesquisa que embasa o livro mostra que, antes do Tropeirismo, há uma forte influência da ancestralidade indígena, revelada pela presença do milho, da técnica de confecção de panela de barro e do trançado de cestaria, do preparo de carnes assadas sobre a brasa, dos rituais de casamento, entre outros elementos”, destaca o pesquisador.

Editado pela FoxTablet Editora, o livro A Culinária Dourada de Ribeirão Grande, recheado com 26 delícias de dar água na boca, tem 100 páginas e foi escrito em forma de diário, resultando em uma leitura leve e dinâmica, amplamente ilustrado com fotografias assinadas por Isamara Gouvêa. “Além das receitas, coletamos curiosidades muito próprias da cidade, como os antigos rituais de casamento e a celebração de um carnaval único e típico, completamente diferente dos festejos convencionais de outras partes do Brasil”, conta Isamara.

E quais são as receitas prediletas do casal? Heyttor e Isamara entregam de bandeja: Curau de Milho Salgado com Galinha Caipira, Bolinho Encapotado (bolinho frito recheado com pedações de galinha ou galo), Doce de Raspa de Mandioca e Cardito (um caldo à base de temperos acompanhado de um bolinho de farinha de milho). “São pratos que não se encontram em restaurantes, mas nos interiores das casas e dos sítios onde as pessoas preparam receitas da culinária tradicional transmitidas há várias gerações”, pontua Heyttor.

Os autores

Isamara Gouvea

Pedagoga, pós-graduada em Direitos Humanos e Projeto Social e pós-graduanda em História Afro-brasileira e Indígena. Desde 2014, é gestora do Núcleo de Pesquisas Receitas Históricas Brasileiras. Por meio dele, na função de gestora cultural, percorreu diversas cidades brasileiras participando de Festivais Gastronômicos, Workshop, Oficinas e Palestras.

Em 2016, foi cocriadora do Projeto Mergulho no Pirão, que desembarcou em escolas da rede pública e privada para contar a História da Alimentação Caiçara. Em 2020, produziu o livro A História da Alimentação nas Terras de Yperoig e podcasts com o tema História da Alimentação, que estão disponíveis em diversas plataformas.

Em 2022, produziu o curso A História da Alimentação no Brasil para o Instituto Conhecimento Liberta (ICL).

É coautora do livro A Comida Dourada de Ribeirão Grande.

Heyttor Barsalini

Sua primeira formação profissional foi em Artes Cênicas pela Unicamp. No currículo, traz mais de 90 trabalhos em Teatro, TV e Cinema, com destaque à comédia Por que os Homens Mentem? (Teatro) e ao humorístico Meu Cunhado (TV).

Pesquisador independente da História da Alimentação no Brasil há mais de 20 anos, criou, em 2013, o Núcleo de Pesquisas Receitas Históricas Brasileiras.

Atualmente, ministra palestras, cursos e workshops sobre o tema em eventos gastronômicos nos estados de SP, RJ e MG.

Em 2017, em parceria com o CREAD Ubatuba (centro de referência em álcool e drogas), desenvolveu o Projeto Culinário e Terapêutico Sabores e Diversidades. Entre 2019 e 2020, gerou conteúdo e apresentou a coluna semanal Sabores e Histórias, na Rádio Beira Mar FM.

Em 2022, ministrou o curso A História da Alimentação no Brasil para o Instituto Conhecimento Liberta (ICL).

É autor dos livros A História da Alimentação nas Terras de Yperoig (2020), que registra a formação do Litoral Norte Paulista, a partir da capacidade de obtenção de alimentos, de 1.500 até os dias atuais, e A Culinária Dourada de Ribeirão Grande (2023).

SAIBA MAIS

O quê: Lançamento do livro A Culinária Dourada de Ribeirão Grande
Quando: Sábado (19/8), às 19h
Onde: Stout Café Cultura e Bar (Av. Santa Isabel, 1.015, em Barão Geraldo, em Campinas | SP)
Quanto: Entrada franca. O exemplar do livro será vendido a R$ 57
Informações: @receitashistoricasbrasileiras

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