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Mariana Conti (PSOL) e Nelson Hossri (PSD) travam disputa na Câmara de Campinas

Mariana Conti (PSOL) se posicionou contra ataques racistas proferidos por manifestantes anti-vacina contra a vereadora Paolla Miguel (PT)

A Vereadora Mariana Conti (PSOL) e o Vereador Nelson Hossri (PSD) travam forte disputa na Câmara de Campinas desde a legislatura passada e que se intensificou desde o último dia 08, quando a Vereadora Paolla Miguel (PT) sofreu ataques racistas por manifestante anti-vacina do plenário em ato organizado e convocado pelo vereador.

Na referida data, Mariana se posicionou em apoio à Paolla e criticou Nelson por organizar a manifestação contrária ao Passaporte Sanitário, de onde se ouviram ofensas racistas. O vereador relatou que abriu um Boletim de Ocorrência contra Mariana Conti, o vereador Gustavo Petta (PCdoB) e Guida Calixto (PT) por injúria. 

Além desta investida, o vereador, que é identificado com o presidente Jair Bolsonaro, entrou com um pedido para que a Comissão de Ética da Câmara investigue Mariana Conti, vereadora que foi a mais votada da cidade nas últimas eleições, por quebra de decoro. Além dela, o vereador Gustavo Petta, que sofreu uma tentativa de agressão pelo bolsonarista, também foi alvo do pedido. 

Nesta quarta-feira (17), foi protocolado um pedido de criação de Comissão Processante na Câmara Municipal de Campinas contra o vereador Nelson Hossri (PSD) nas figuras do presidente municipal do PT Carlos Orfei e das presidentas municipal do PSOL, Marcela Moreira e do PCdoB Denise Teijeiro. Segundo o pedido, que se baseia no artigo 6º do Código de Ética da Câmara Municipal de Campinas, Hossri, na sessão ordinária do último dia 08 de novembro expôs a casa, não atuou com sobriedade, cometeu tentativa de agressão e ameaças.

Confira aqui a nota completa de autoria da Vereadora Mariana Conti sobre o assunto: 

Na última segunda-feira (08/11), estiveram presentes em sessão ordinária da Câmara Municipal de Campinas, um grupo de manifestantes contrários ao Passaporte Sanitário – necessidade de comprovação da imunização para a entrada em estabelecimentos – e fortemente identificados com o bolsonarismo. Gritavam palavras de ordem de cunho anti ciência, fundamentadas em fake news, questionavam a eficácia das vacinas e afirmando que “vacinas matam”. Agressivamente ofenderam a mim e a diversos vereadores, especialmente enquanto fazíamos nossas falas, apenas por termos posicionamentos conhecidamente pró-vacina e pró-ciência.

Foi quando uma ofensa racista – perfeitamente audível para todos que estavam presentes no plenário – foi proferida contra a vereadora Paolla Miguel, justamente enquanto ela falava sobre a participação de pessoas negras na política através do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra. Antes de tudo, é importante que se diga: com quem faz isso não há diálogo. Quem a atacou deve pagar por ter praticado um crime, porque racismo é crime. Trata-se aqui de um crime racial cometido na casa do povo, contra uma representante legitimamente eleita, em pleno Mês da Consciência Negra. Isso é muito grave. A responsabilidade de todas e todos vereadores desta legislatura é muito grande neste momento. Por um compromisso com a vida e a dignidade das pessoas negras de Campinas e de todo o Brasil é importante entendermos o papel de cada um nesta luta e quem está trabalhando contra ela.

Lembro que horas antes do tumulto do plenário Nelson Hossri esteve presente em frente ao Palácio dos Jequitibás também em protesto contra o Passaporte Sanitário. O vereador é autor de um projeto de lei que proíbe a exigência do dispositivo que é utilizado e recomendado em diversos estados e países do mundo. Aquele grupo em frente à prefeitura, em protesto a favor do projeto de lei de Hossri, foi o mesmo que mais tarde se deslocou para o plenário da câmara, justamente para acompanhar a votação de um requerimento de urgência feito por Nelson para acelerar a tramitação de seu projeto e “pressionar” pela sua aprovação.

Tudo isso está documentado nas redes sociais do próprio vereador. Durante a manifestação no plenário era visível que ele e a sua assessoria mantinham diálogo constante com a organização e participantes da manifestação, com uma boa circulação entre os presentes.

Aqueles negacionistas, conservadores e de extrema direita que faziam o ato de onde se ouviu a ofensa racista estavam ali de pleno acordo com a política bolsonarista, muitas vezes representada e trazida para o contexto da nossa cidade pelo vereador Nelson Hossri. As relações do vereador em questão com o movimento vão muito além de uma mera defesa de pautas em comum. As semelhanças entre os manifestantes e Nelson também não param na política e nos posicionamentos: o método utilizado é bastante semelhante. 

O uso da mentira, da agressividade, da violência, da discriminação, da truculência, do ódio, da ofensa e dos ataques são traços fundamentais do bolsonarismo e caracterizam bem as interevenções de Nelson na tribuna, em reuniões e nas redes sociais. Esse método é utilizado pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que mente compulsivamente, ataca opositores, violenta jornalistas, que é racista, machista e homofóbico. Não podemos mais aceitar essa forma de fazer política. Racistas NÃO PASSARÃO!

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