Família Burg estreia o espetáculoCirco Rodapé em Paulínia (SP)
Imagine só: uma premiada trupe circense resolve reunir os integrantes para sacudir a poeira das boas lembranças e construir um espetáculo que conta histórias, faz rir e emocionar, além encantar o Respeitável Público com graça e virtuoses circenses. Esse é o pontapé de Circo Rodapé, a mais nova montagem da renomada Família Burg, de Campinas (SP). A temporada de estreia acontece neste fim de semana: sábado (25/5), às 16h, no Espaço de Artes Corpo Mágico, em Paulínia (SP). A entrada é franca.
Realizada por intermédio do ProAC (Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo e da Secretaria da Cultura e Economia Criativa), a partir do Edital 10/2023 | Circo – Produção de Espetáculo, a temporada da montagem também passará por Cananéia, Ilha Comprida, São Paulo, Peruíbe, Americana e Jaguariúna.
Sob a direção da experiente diretora Lu Lopes, a Palhaça Rubra, a cena de Circo Rodapé écomposta pelos artistas Anaí de Toledo Piza Cacilhas, Hugo Burg Cacilhas, Ivens Burg Cacilhas, Joana de Toledo Piza, Maria de Toledo Piza Cacilhas e Rosa Vieira. Por sinal, todos oriundos de uma mesma família com tradição em palhaçaria e virtuoses circenses.
“Trabalhar em família é cozinhar o feijão enquanto ensaia, é criar cenas enquanto almoça, é aquecer o corpo passando figurinos para o trabalho, montando e desmontando estruturas. Trabalhar em família é se zangar sem soltar as mãos, é compartilhar intimidades divertidas, antecipar reações, manter segredos sobre surpresas, lembrar de fraldas, lencinhos regurgitados ou amamentar em cena. Trabalhar em família é cultivar sementes e nutrir com amor o solo onde pezinhos se firmam”, destaca a atriz Joana Piza.
Não por acaso, Circo Rodapé é justamente isso: um convite da trupe para que o Respeitável Público saboreie com memórias reais e inventadas a respeito da construção e consolidação da Família Burg, que, no ano que vem, celebra 25 anos de existência pautados pela elaboração de dezenas espetáculos premiados, que percorreram diversos estados do Brasil.
“Por meios das histórias, sonhos e memórias de uma família circense que está em sua segunda geração, queremos proporcionar uma experiência artística que crie para o público a perspectiva do cotidiano de três crianças junto de seus pais e mães em meio à formação de uma coletividade circense”, resume a atriz. Para a diretora Lu Lopes, o espetáculo “é obra alegre e elegante que movimenta a simplicidade da natureza humana em harmonia coletiva”.
Em Circo Rodapé, a dramaturgia é construída de forma coletiva a partir da Autonomia Criativa, método artístico desenvolvido pela diretora em companhia dos pesquisadores Carol Melo e Marco Bortoleto. “No método, acreditamos que as dramaturgias já pulsam dentro de nós, ou seja, nos dedicamos a escutar e ir aos poucos reconhecendo o que já pulsa e quer ser dito. Assim nasce esse espetáculo original, espontâneo, amoroso e muito divertido”, avalia Lu Lopes.
Para dar forma e movimento artísticos às doces lembranças divertidas da trupe, os atores e palhaços da Família Burg lançam mão de diversos gêneros artísticos, entre os quais o circo, o teatro, a música e a dança. Todos eles, como destaca a diretora, integrados em uma dramaturgia que abraça a acrobacia circense (solo, pirâmides, bambolê e dândis), a embolada, os trava-línguas, a palhaçaria, a poesia e as canções autorais.
Aliás, um dos destaques de Circo Rodapé é justamente a trilha sonora, assinada pelo Studio Gramafone e pelas atrizes Anaí Cacilhas, Maria Cacilhas e Rosa Vieira, sob a orientação de Lu Lopes. “É uma mistura de músicas que adoramos e criações coletivas originais para o espetáculo. Logo que começamos os ensaios percebi a musicalidade pulsante na família e a abertura de todos para a linguagem musical. Muitas músicas acontecem ao vivo, potencializando a cena e trazendo uma atmosfera que inspira as famílias a viverem processos criativos em casa como meio de relações afetivas”, pontua a diretora.
E qual mensagem Circo Rodapé gostaria de deixar à plateia? Joana Piza responde: “Queremos que o espectador se encoraje a brincar de circo, seja dentro de casa, seja fora. Queremos que a plateia veja nesta família um grupo de pessoas que se apoiam do jeito que podem. Assim, do alto de suas mesas de jantar, cada espectador pode se sentir em pleno voo, saltando do sofá, escutando as músicas do jeito que suas avós cantavam e pulando do jeito que consiga para alcançar as mais doces lembranças de união”.
A trupe
Radicada em Campinas (SP), a Família Burg é um grupo artístico especializado em formação, organização de eventos e apresentações circenses com ênfase na linguagem da palhaçaria. Atualmente, é composta pelos artistas e familiares Hugo Burg Cacilhas, Ivens Burg Cacilhas, Joana de Toledo Piza, Anaí Cacilhas, Rosa Vieira e Maria Piza.
Fundada em 2000, com produção de dezenas de montagens e passagem por festivais em várias partes do Brasil, a Família Burg se debruça sobre o estudo e a investigação de técnicas de palhaçaria, improviso, entradas cômicas, esquetes de palhaço, bem como a pesquisa a respeito do repertório corporal e a oralidade transmitidos por meio de jogos e brincadeiras.
Ficha Técnica
Direção: Lu Lopes
Dramaturgia: Lu Lopes e Família Burg
Elenco: Anaí de Toledo Piza Cacilhas, Hugo Burg Cacilhas, Ivens Burg Cacilhas, Joana de Toledo Piza, Maria de Toledo Piza Cacilhas e Rosa Vieira
Figurinos: Lu Lopes
Cenografia: Ivens Burg
Aparelho circense: Felismer Caro Aguero
Trilha sonora original: Studio Gramafone, Anaí Cacilhas, Maria Cacilhas, Rosa Vieira e Lu Lopes
Produção: Joana Piza
Fotografia: Alice Arida
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: Livre