Darwin e a estreita ligação com os besouros em Campinas
Imagine o quanto de história cabe em uma caixa lotada de besouros. Quem visitar a exposição Darwin, o Original, em cartaz gratuitamente no galpão do Sesc Campinas, vai se surpreender com a riqueza desses insetos na cadeia evolutiva das espécies. O material, do acervo do Museu de História Natural de Campinas, especialmente cedido para a mostra, faz parte do módulo Brasil que destaca a relação do biólogo com o país. Para a curadoria deste espaço, a exposição contou com Leda Cartum e Sofia Nestrovski, que além de pesquisadoras, são apresentadoras do podcast “Vinte Mil Léguas”, programa em que debruçam sobre temas relativos à ciência e aos livros. O espaço também tem consultoria de Flávia Natércia (pós-doutora em Divulgação Científica pela Unicamp-SP).
Paixão antiga
Darwin foi um apaixonado pelos besouros. Para se ter uma ideia, quando jovem, era aficionado por colecionar os tais bichinhos. Em uma de suas expedições, avistou dois besouros raros e os segurou, um em cada mão. No mesmo instante, viu mais um e, sem mão sobrando, decidiu colocar um deles dentro da boca para capturar o terceiro. Mas este último expeliu um fluido ácido que queimou sua língua e, depois de muito tossir, Darwin cuspiu o inseto e percebeu que havia perdido todos eles.
Ilustres seres
O Museu de História Natural de Campinas detém um acervo grande de besouros de inúmeros países, e mantém diversas vitrines com exemplares para apreciação do público. Para a mostra, foram emprestados 49 besouros da sua coleção das mais variadas formas, cores e tamanhos para confecção de um expositor. “Os besouros são insetos presentes em quase todas as regiões do planeta Terra. É o maior grupo de seres vivos do mundo em número de espécies identificadas pela ciência. Estima-se que há entre 350 mil e 400 mil catalogadas”, revela Felipe Gonçalves Brocanelli, especialista em Meio Ambiente – Biologia, do Museu de História Natural de Campinas.
Na exposição, o visitante encontrará algumas espécies, como Besouro Golias – Goliathus goliatus e Goliathus regius (duas espécies do mesmo grupo); Vaga Lume – Cratomorphus Giganteus; Serra Pau – Macrodontia Cervicornis; Besouro Hércules – Dynastes Hércules, entre outras. Este grupo de animais apresenta de maneira geral uma alimentação fitófaga (baseada em partes de plantas) e saprófaga (baseada em matéria orgânica em decomposição). Por conta disso, são muito importantes na polinização de algumas plantas e na ciclagem de nutrientes do solo.
Muitas pessoas têm medo desses animais em geral, e um dos objetivos da coleção é desmistificar algumas informações e apresentar curiosidades sobre eles, incluindo os besouros, para que o visitante conheça mais sobre sua importância e ajude a conservá-los na natureza. As atividades de educação ambiental pautam-se muito nesse contexto, e são realizadas no Museu por meio do atendimento de escolas, grupos, instituições e do público espontâneo”, esclarece o especialista.
Exposição Darwin, o Original
A caixa com os insetos encerra o módulo Brasil. A curadora Leda Cartum conta que os insetos ganharam destaque por ser uma espécie de real importância na linha do tempo. “O traçado percorre milhões de anos até os dias de hoje, trazendo o processo evolutivo e sua ampla diversidade. “Assim, a gente convida o visitante a olhar ao redor e perceber os detalhes, as diferenças, as semelhanças entre as espécies e também entre os indivíduos. Por isso, os besouros são a última peça da sala”, detalha.
Quem quiser acompanhar o episódio do podcast ‘Vinte Mil Léguas’ que fala da ligação de Darwin com os besouros, pode acessar o link por aqui:
https://open.spotify.com/episode/3ITl1zYw9n3k3p6xXVeXzN?si=OLmS4hd1RPubPG3P6IfQQA&nd=1
Além da história e importância desses ilustres serzinhos, Darwin, o Original é um convite para conhecer a teoria da evolução de forma descomplicada e lúdica, com uma série de atividades interativas que ampliam a compreensão do assunto.
Criada e produzida pela Universcience – Cité des Sciences et de l’Industrie em colaboração com o Museu Nacional de História Natural da França, a exposição tem curadoria de Éric Lapie e curadoria científica de Guillaume Lecointre, com o apoio de um comitê científico multidisciplinar.
Serviço
Darwin, o Original
Visitação:
Até 13 de agosto de 2023.
Terças a sextas, das 9h às 21h.
Sábados, domingos e feriados, das 10h às 18h.
Recomendação etária: Livre
Entrada gratuita.
Para agendamento de visitação de grupos escolares e instituições, acesse https://bit.ly/exposicaodarwin ou ligue para (19) 3737-1608
Sesc Campinas – Galpão Multiuso
Rua Dom José I, 270/333 – Bonfim, Campinas. SP.
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