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Campinas lança campanha “Não Paralise o Sonho de uma Criança”

O prefeito Dário Saadi lançou na manhã desta quarta-feira, 9 de novembro, a campanha “Não Paralise o Sonho de uma Criança”. É mais uma estratégia da Prefeitura para mobilizar a sociedade e aumentar a cobertura vacinal pediátrica, principalmente a de poliomielite. Atualmente, três a cada dez crianças estão com a vacinação atrasada. De acordo com o Ministério da Saúde, a cidade está entre os municípios com alto risco de reintrodução da doença, erradicada nas Américas em 1994. 

 

Além da campanha publicitária, a Secretaria de Saúde vai realizar uma série de eventos (ainda em definição) até o início de dezembro com o objetivo de sensibilizar as pessoas quanto à importância das vacinas, principalmente da poliomielite. 

 

“A descoberta das vacinas foi o maior avanço da humanidade em termos de saúde. Estamos agindo com diversas medidas para atingir a meta de 95% de cobertura vacinal e, dessa forma, nos livrarmos da ameaça da paralisia infantil. Hoje lançamos essa campanha para sensibilizar os pais a procurar pela dose. A vida de uma pessoa fica comprometida por não ter recebido uma gotinha”, afirmou o prefeito. 

 

Risco de reintrodução

 

Segundo o Ministério da Saúde, pelo menos 80% dos municípios do país têm risco alto ou muito alto para a reintrodução da doença. Campinas tem risco muito alto, pois conta com um fluxo de pessoas de diversas regiões do mundo por meio do Aeroporto Internacional de Viracopos e da extensa malha rodoviária que passa pela região. Além disso, a Região Metropolitana de Campinas (RMC) é considerada polo industrial, comercial, universitário e de pesquisa. 

 

Estes fatores, aliados à queda da cobertura vacinal nos últimos anos, aumentam o risco de reintrodução da paralisia. Em 2015, a cobertura em campinas era de 101,7%. A de 2021 ficou em 82,8%. A meta é vacinar pelo menos 95% do público-alvo. A cobertura parcial deste ano é de 68,2%. 

 

O secretário de Saúde Lair Zambon disse que a queda nas coberturas vacinais é um fenômeno global, não é só no Brasil e não é só em Campinas, e se acentuou com a pandemia. 

 

“Especificamente em relação à poliomielite também não existe mais a percepção de risco. Hoje ninguém mais conhece um caso desta doença – o último foi registrado no Brasil em 1989. Mas a poliomielite ainda existe no mundo e as baixas coberturas vacinais aumentam o risco de reintrodução do vírus. Se chegar, faz um estrago enorme pelo fato de ser muito contagiosa. Nós temos feito um grande esforço, vários movimentos para estimular e aumentar a população vacinada, inclusive a busca ativa das crianças que não estão com a vacinação em dia, mas a gente pede ajuda e o engajamento de toda sociedade para melhorar e chegar a mais de 95% de cobertura”, disse.

 

A diretora do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), Andrea von Zuben, afirmou que a situação é bastante preocupante. “Existe o risco real de a paralisia infantil e outras doenças da infância serem reintroduzidas.  

 

Para localizar crianças com esquema vacinal incompleto e, dessa forma, aumentar a cobertura da vacina, a Secretaria de Saúde intensificou a busca ativa. Para facilitar o acesso, ampliou os horários das salas de vacinas e vacinou estudantes em escolas municipais e estaduais. Para sensibilizar o diagnóstico foram realizadas capacitações para os profissionais de saúde. 

 

Campanha

 

A campanha “Não Paralise o Sonho de uma Criança” será veiculada nas TVs abertas, rádios, jornais, painéis de rua, redes sociais, sites, entre outros. 

 

De acordo com Raquel Biazotto, a diretora de atendimento da agência E3, responsável pela campanha publicitária, o objetivo é trazer para a população a segurança da efetividade da vacina e sensibilizar a família sobre a importância da vacinação.   

 

Para o diretor de Publicidade da Secretaria de Comunicação, Douglas Willians, a campanha pretende impactar os pais e responsáveis pelas crianças, além de conscientizar a população sobre a importância das campanhas de vacinação. “Há 30 anos, o ato de se vacinar era algo corriqueiro nas famílias. Era, acima de tudo, um símbolo de cidadania. Hoje em dia, a desinformação contaminou esse hábito. Com a campanha, buscamos retomar esse costume em Campinas.”

 

Incentivo 

 

Para incentivar a vacinação e “premiar” quem atualizar a carteira de vacinação, a Secretaria de Cultura, em parceria com o Circo do Chaves, vai doar um par de ingressos para cada criança vacinada. A distribuição começará nos próximos dias. 

 

“É um estímulo para os pais levarem as crianças às unidades de saúde. Acredito que uma coisa como o circo, que fala de sonho e de esperança, pode trazer uma leveza no processo e colaborar no alcance da meta de vacinação”, afirmou a secretária de Cultura Alexandra Caprioli.  

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