Boletim aponta álcool e velocidade como principais causas de acidentes
O Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas, divulgou nesta terça-feira, dia 18 de maio, o primeiro Boletim Epidemiológico de Mortalidade no Trânsito. O estudo foi realizado por um Comitê Intersetorial de Análise de Óbitos por Acidentes de Trânsito e analisou os 124 acidentes com óbito registrados no município de Campinas, sendo 64 decorrentes de acidentes nas vias rodoviárias e 60 de acidentes nas vias urbanas.
Os dados considerados são os disponíveis no banco do Programa Respeito a VIDA do estado de São Paulo (Infosiga), associados aos dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) Municipal e pela Emdec – Banco de Acidentes.
Segundo a enfermeira do Devisa, Ana Paula Crivelaro, o boletim tem como foco principal trazer uma análise intersetorial relacionados aos óbitos por acidente de trânsito no município como um todo. A metodologia utilizada – de óbitos até 30 dias após o acidente – é a proposta pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”, afirmou.
A enfermeira destacou, ainda, que não houve impacto no número de acidentes por conta do isolamento social. “As pessoas cometeram mais erros por conta da redução de fluxo. As imprudências acabaram sendo mais evidentes.”
De acordo com ela, por meio da análise, é possível traçar onde e quais são as melhorias que precisam ser feitas, permitindo fazer um planejamento efetivo e assertivo, incluindo a necessidade de ações educativas para a população. “O álcool continua sendo a principal causa para os acidentes – tanto urbanos (respondendo por 26,10%) quanto rodoviários (com 29,10%), o que mostra a necessidade de mais campanhas de conscientização e fiscalização”.
Na área urbana, foi possível identificar que o álcool é seguido pelo excesso de velocidade (23,90%), desrespeito às leis do trânsito (14,80%) e pelas atitudes imprudentes de pedestres (11,30%) quando se diz respeito aos fatores e condutas de risco desses acidentes. Já nos rodoviários, as atitudes imprudentes dos pedestres estão em segundo lugar com 22,10%, seguida pela velocidade (15,10%) e seguido da distância entre veículos (9,30%).
Os motociclistas são as principais vítimas do tráfego urbano, enquanto os pedestres são as do rodoviário, o que pode ser explicado pela existência de áreas de comunidades na beira das estradas em que os moradores atravessam e se arriscam com mais frequência.
Perfil do local e horário
Outros dados trazidos pelo boletim são os que mostram o perfil do local e horário do acidente. A frequência maior é no período da noite, que responde por 45,8% dos acidentes e o domingo é o dia com maior ocorrência (24 dos acidentes foram neste dia). A grande maioria das vítimas é do sexo masculino, foram 106 homens e 17 mulheres, e dada a gravidade dos acidentes, 62% morrem no local e 38% nas unidades hospitalares.
Entre as instituições participantes deste comitê estão o Programa Respeito a Vida do Estado de São Paulo, a Polícia Militar, a Polícia Militar Rodoviária, o Instituto de Criminalística, a Prefeitura de Campinas (por meio da Secretaria de Saúde, Transportes e Rede Mário Gatti), concessionárias e os hospitais universitários da PUC-Campinas e Unicamp. “São dados que podem ser usados por todos, temos que trabalhar em conjunto”, disse Ana Paula.
O boletim pode ser consultado integralmente no link: https://conteudo.campinas.sp.gov.br//sites/conteudo.campinas.sp.gov.br/files/arquivo-comunicacao/05-2021/boletim-epidemiologico-de-mortalidade-no-transitoversao-final-14-05-15h.pdf .