Unicamp apresenta para a Prefeitura mapeamento de primatas em área de APA
Servidores assistiram nesta terça-feira, 7 de março, na Sala de Resiliência do Paço Municipal, uma exposição dos resultados de um mapeamento da presença de primatas não-humanos (macacos) na região da Área de Proteção Ambiental (APA) Campinas. A pesquisa foi apresentada pela professora doutora Eleonore Zulnara Freire Setz, do Instituto de Biologia (IB) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
A devolutiva é importante para auxiliar o Programa de Vigilância de Arboviroses da Secretaria Municipal de Saúde, em especial no que concerne à febre amarela. Além dos servidores da Secretaria Municipal e Estadual de Saúde, também participaram representantes do Departamento de Defesa Civil; da Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e da Secretaria de Serviços Públicos.
De acordo com a coordenadora da Unidade de Vigilância de Zoonoses (UVZ), Elen Fagundes, assim como o saber que vem da academia contribui com o trabalho de vigilância, o que é produzido pela municipalidade também gera pesquisas e novas oportunidades de produção de conhecimento, para as instituições de ensino e pesquisa.
“Foi muito importante receber a professora Eleonore que veio nos trazer essa devolutiva. Auxiliamos com dados, contribuímos com informações para pesquisas nas universidades e é sempre bom quando os resultados desses trabalhos são compartilhados conosco. Essa parceria e complementariedade entre a academia e o serviço público é importante para a sociedade”, enfatizou Elen.
Os dados ainda são relevantes para apontar cenários de biodiversidade de espécies, fator que também é de importância para registros no Sistema de Informação em Saúde Silvestre (SISS-Geo), juntamente com o encontro de animais silvestres mortos.
A UVZ e Defesa Civil integram o projeto de implantação do SISS-Geo no município, em parceria com a Fiocruz, desde 2021, através do Campinas Resiliente.
Em sua exposição, a pesquisadora apresentou resultados de estudo e mapeamento realizado pela universidade, em fragmentos florestais localizados em fazendas de Campinas. O levantamento apontou onde estão os animais, como macacos-prego, bugios, saguis e sauás, se vivem em grupos ou solitários e também a densidade populacional em relação às áreas.
Os animais são sentinelas para a ocorrência de doenças, ou seja, a morte de macacos por febre amarela antecede a circulação do vírus na população humana.
Transmitida por mosquitos, a febre amarela tem preocupado o País e o Estado de São Paulo. Em janeiro deste ano foi registrado o primeiro caso humano do Estado, na cidade de Vargem Grande do Sul: um homem de 73 anos, não vacinado e morador da zona rural.