Fazedores de Cultura: Sousas recebe programa de Museologia Social
Na noite da última terça-feira, 13 , a Casa de Cultura e Cidadania Antonio da Costa Santos, localizado no distrito de Sousas, abriu suas portas para a população local e fazedores de cultura com a roda de conversa “Revisitar memórias, criar o futuro”. A atividade marcou a implantação do programa de Museologia Social desenvolvido pela Secretaria de Cultura, por meio da Coordenadoria de Ação Cultural, Polos de Cultura e equipamentos culturais descentralizados.
A proposta da roda foi a construção de programas, projetos e ações por meio de gestão participativa a partir da valorização das histórias, das culturas e dos saberes dos moradores locais.
Para a coordenadora de Ação Cultural, Dora Mazzer, a Museologia Social identifica quais são esses saberes e as identidades culturais de uma maneira singular. “Não é o mapeamento pelo mapeamento. São as pessoas que dizem qual é a identidade cultural naquele território”, destaca.
A iniciativa parte da concepção de Ação Cultural que traz o exercício da cidadania cultural com protagonismo dos moradores do território como produtores e criadores de cultura.”O reconhecimento que todo mundo é produtor de cultura em seu viver diário, no seu cotidiano e no seu modo de vida. É o poder público reconhecendo, a partir das dinâmicas culturais locais, esses sujeitos como atores e não como consumidores de cultura, estabelecendo a integração das práticas culturais em políticas públicas a longo prazo”, reflete.
Em Sousas, a partir deste conceito, a ação iniciou com reconhecimento de ações construídas no passado que levaram ao momento atual: as mais de 30 pessoas presentes à roda se dirigiram à arvore situada no quintal da atual Casa de Cultura, plantada por Maria Rossin Teixeira, em uma atividade da escola que funcionava no espaço, em 1925. Dona Bida, filha de Maria Rossin Teixeira, leu o poema escrito por sua mãe para a árvore. Neste momento, outras pessoas foram lembradas, entre elas o ex-prefeito que dá nome ao espaço, Antonio da Costa Santos, o Toninho.
Durante a roda, um novelo de linha foi construindo uma grande teia de fios entrelaçados, passado de pessoa a pessoa que narrava a sua história e o motivo que a levara a estar no espaço.
Museologia Social
Uma das questões que a Museologia Social trata é como conectar as memórias e as dinâmicas culturais que historicamente formaram esse território, essa produção cultural com a construção do “bem-viver”, integrando a educação, a economia, o cuidado do meio ambiente, o convívio, a apropriação de linguagens artísticas onde as pessoas possam se expressar .
Segundo a especialista Juliana Siqueira, as atividades na Casa de Cultura e Cidadania Antônio da Costa Santos serão produzidas “coletivamente a partir da identificação de questões e linguagens que irão retomar os valores necessários para o ‘bem-viver’ do território e sua integração no tecido social”.