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Antropólogo Milton Guran apresenta projeto do Campinas Afro

O Comitê Executivo, criado para a formulação e desenvolvimento da proposta de implantação do Centro de Memória, Estudos e Cultura Afro-brasileira e do Museu da Paz, realizou na tarde de quarta-feira, 21 de julho, reunião com representantes do Conselho Municipal de Política Cultural, do Conselho Municipal de Turismo e do Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas.
Fazem parte do Comitê as secretarias de Cultura e Turismo; Gestão e Desenvolvimento de Pessoas; Assistência Social, Pessoa com Deficiência e Direitos Humanos; Educação; Serviços Públicos; Desenvolvimento Econômico e Social; e Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O encontro teve como objetivo a apresentação do projeto de pesquisa Campinas Afro, desenvolvido pela Unesco, pelo seu coordenador, Milton Guran, além de dar início ao processo de planejamento e organização que visam as tratativas sobre os dois equipamentos citados.
Guran é doutor em Antropologia pela École des Hautes Études em Sciences Sociales (França) e, entre outras atividades em seu currículo, foi membro do Comitê Científico Internacional do Projeto Rota do Escravo da Unesco. Ele coordena a equipe de pesquisadores locais responsável pelo registro dos lugares de memória da Cultura Negra em Campinas.
Durante a reunião, ele explicou como se deu toda a elaboração metodológica da pesquisa, os processos de seleção dos pesquisadores e o estágio atual do projeto. Todo o material resultante do trabalho será doado ao município e ficará sob a guarda da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e à disposição de pesquisadores e da população.
A realização desse projeto está sendo possível por conta de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) entre o Ministério Público do Estado e uma empresa sediada no município. A Prefeitura, em acordo com o Conselho de Desenvolvimento e Participação da Comunidade Negra de Campinas, apresentou o projeto e indicou a UNESCO como executora, ambos aceitos pelo MPSP.
Segundo a Secretária de Cultura e Turismo, Alexandra Caprioli, “é muito importante para Campinas receber este investimento e poder contar com esta metodologia, que tem como fundamento a participação das pessoas da comunidade no registro do nosso patrimônio. Com certeza, a Secretaria de Cultura e Turismo estará junto nos próximos passos”.
Conselhos municipais
No segundo momento da reunião, os representantes dos Conselhos Municipais presentes foram chamados a compor, junto com o Comitê Executivo, o processo de discussão, aperfeiçoamento, elaboração técnica e ampliação de parcerias para a construção dos dois equipamentos que estão sob responsabilidade do Comitê.
Além de questões ligadas à organização e planejamento do processo, foram apresentados os motivos que levaram à criação do Centro de Educação, Memória, Estudos e Cultura Afro-Brasileira, tendo em vista a ausência de equipamento público destinado a promover a valorização, a preservação e a fruição do patrimônio cultural afro-brasileiro e a investigação das memórias, da história e da cultura da comunidade negra de Campinas.
O espaço deverá contribuir na desconstrução de preconceitos, estereótipos e no combate ao racismo e à discriminação racial. Da mesma forma, os motivos que levaram a criação do Museu da Paz se assentam também na inexistência de equipamento púbico destinado a promover a valorização, a preservação e a fruição dos diversos aspectos da Cultura de Paz e dos Direitos Humanos, abordando temas como o respeito à liberdade, justiça, democracia, tolerância, igualdade e solidariedade, reafirmando sempre que só poderá haver Paz se houver Direitos Humanos respeitados, Justiça e Democracia.
A secretária de Gestão e Desenvolvimento de Pessoas, Eliane Jocelaine, relembrou a importância desta iniciativa e os motivos que levaram sua equipe a propor esses espaços públicos.
“A efetiva implementação destes dois equipamentos deve ser regida pelo pilar da integração, tanto na perspectiva da parceria entre as secretarias, como na perspectiva do reconhecimento desses espaços como instrumentos para o estabelecer uma nova cultura organizacional, que tenha a Cultura de Paz e os Diretores Humanos como foco, e propiciem ações museais, produção de conhecimento e projetos educacionais, em que os servidores públicos contribuam como agentes de transformação para uma sociedade mais igualitária”, disse.

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