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Encenação de Cnossos encerra a edição 2024 do projeto Lume em Casa

Após promover a encenação de cinco espetáculos bem-sucedidos do repertório do Lume Teatro, a edição 2024 do projeto Lume em Casa chega ao término no próximo fim de semana com a temporada de Cnossos. A montagem fica em cartaz sábado (26/10), domingo (27/10) e segunda-feira (28/10), às 20h, na Sede do Lume Teatro, em Barão Geraldo, em Campinas (SP). A entrada é franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes de cada apresentação).

Vale destacar que as sessões integram o projeto Atuação e Presença contemplado pela Lei Paulo Gustavo (Edital LPG nº 18/2023 – Manutenção de Atividades). Realizada pelo Ministério da Cultura e Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria da Cultura e Economia e Indústrias Criativas, a iniciativa abre a celebração de 40 anos de fundação do Lume Teatro, que acontecerá em 2025.

Criado em 1995, Cnossos, o espetáculo mais antigo do grupo em cartaz, conta com a atuação do ator-pesquisador Ricardo Puccetti, sob a direção de Luís Otávio Burnier, idealizador do Lume Teatro (Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais – UNICAMP). Por sinal, trata-se da última direção do artista, que faleceu no mesmo ano. Com estreia abrigada durante a Mostra 95, Butoh e Teatro Pesquisa, realizada em São Paulo, o espetáculo já se apresentou em diversas cidades do Brasil, além de países como Escócia (Edinburgh Fringe Festival), Inglaterra, França, Finlândia, Nicarágua, Israel e Portugal.

De acordo com Ricardo PuccettiCnossos representa, de forma prática, histórica e artística, a estética teatral do Lume Teatro em sua primeira década de fundação. Ou seja, “extremamente física, dura e bruta. Bruta, no sentido de uma pedra bruta, uma pedra preciosa sendo lapidada, sempre calcada no trabalho íntimo e pessoal de cada ator, no que ele traz à tona a partir do seu corpo e da sua voz. É o que chamamos de Dança Pessoal do Ator, em que cada intérprete constrói a sua técnica a partir da memória corporal”, destaca.

Apesar das referências literárias de Jorge Luis Borges, Lautréamont, Franz Kafka e Mário Quintana presentes na montagem, Cnossos étotalmente físico e sem texto. Contudo, como destaca o ator, com um pé na poesia. “O espetáculo foi construído como um poema, que exalta imagens, cheiros, figuras e possibilidades. Refere-se a uma partitura muito rica de atmosferas e de climas diferentes. Por isso, nesse caso, as referências são mais sensoriais do que textuais”.

Nesse sentido, a expressividade se coloca em plena disposição do tema central da montagem: a solidão humana. E como representá-la? A partir dela, como destaca o ator, surgiu uma lembrança forte de Knossos, o famoso labirinto da mitologia grega, situado na Ilha de Creta, que servia de morada para o Minotauro. “Passamos, então, a trabalhar a solidão dentro da perspectiva do labirinto. Não do externo, mas do interno de cada ser humano. Afinal, todos nós temos labirintos que nos prendem, nos perturbam e nos ameaçam, mas que também nos instigam a buscar saídas para ultrapassarmos barreiras e muros do viver”, pontua Ricardo.

A respeito da experiência da plateia, Ricardo comenta que Cnossos rompe alguns padrões teatrais, principalmente com relação ao tempo da narrativa. “Ele já começa no auge, vai para cima do auge e volta para baixo. O gráfico dele é muito louco. Da mesma forma, propõe uma relação que não é nada racional, mas muito física, muito sensorial. Por isso, ou você sofre para entrar no clima da peça ou entra tranquilamente. Depende de cada espectador”.

A sinopse

Um mergulho dentro da mitologia pessoal de um homem que percorre os corredores de um labirinto na tentativa de encontrar saída, criando um poema perturbador sobre a solidão, os sonhos e os pesadelos que povoam os seres humanos.

Inspirado em textos de Jorge Luis Borges, Lautréamont, Franz Kafka e Mário Quintana, um único ator em cena dança num fluxo constante, esbarrando em imagens, lugares, pessoas esquecidas e pálidas sensações que emergem das profundezas da memória.

FICHA TÉCNICA

Criação: Ricardo Puccetti e Luís Otávio Burnier

Atuação: Ricardo Puccetti

Direção: Luís Otávio Burnier

Iluminação: Ricardo Puccetti e Eduardo Albergaria

Operação de luz e som: Eduardo Albergaria

Registro audiovisual: Alessandro Soave

Realização: Lume Teatro

Duração: 55 minutos

Faixa etária: 12 anos

FICHA TÉCNICA DO PROJETO

Coordenação de Produção: Wannyse Zivko (Arte & Efeito)

Design Gráfico: Arthur Amaral

Assessoria de Imprensa: Tiago Gonçalves

Gestão de Redes Sociais: Gustavo Xella (Casa de Artes)

Assistente de Produção: Dayane Ribeiro

Gestão Financeira: Giselle Bastos

Coordenação Geral: Naomi Silman

O Lume

Fundado em 1985, o Lume Teatro se tornou referência internacional na pesquisa da arte da atuação. Composto atualmente pelos atores pesquisadores Ana Cristina Colla, Carlos Simioni, Jesser de Souza, Naomi Silman, Raquel Scotti Hirson, Renato Ferracini e Ricardo Puccetti, o grupo já se apresentou em mais de 30 países, atravessou quatro continentes e vem desenvolvendo parcerias com coletivos, universidades, pensadores, mestres, mestras e artistas da cena mundial.

Vencedor do Prêmio Shell 2013 em pesquisa continuada, o Lume Teatro possui um repertório diversificado de ações artísticas e acadêmicas que abrange uma grande diversidade de processos experimentais no campo artístico e pedagógico das artes presenciais.

Quer saber mais? Acesse: www.lumeteatro.com.br.

SAIBA MAIS

O quê: Lume em Casa | Outubro | Cnossos
Quando: Sábado (26/10), domingo (27/10) e segunda-feira (28/10), às 20h
Onde: Lume Teatro (Rua Carlos Diniz leitão, 150 | Vila Santa Isabel | Barão Geraldo | Campinas/SP).
Quanto: Entrada franca (os ingressos serão distribuídos uma hora antes da apresentação).
Informações: @lumeteatro

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