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“Plástico, um mito contemporâneo” em Campinas

O Ponto de Cultura Quintal Garatuja, localizado no Jardim Nova Europa, em Campinas/SP, apresenta o espetáculo teatral “Plástico, um mito contemporâneo”, obra desenvolvida e apresentada pela atriz e pesquisadora Pamella Villanova. As sessões são gratuitas e acontecem nos dias 18 e 25 de agosto (domingo), às 19h, com retirada de senhas com 30 minutos de antecedência.

A obra faz parte de uma pesquisa de doutorado desenvolvida por Pamella na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) sobre a problemática do lixo e a cena teatral. “Falando de lixo, o plástico é um capítulo importante”, afirma a atriz, que é autora da pesquisa e da peça de teatro. 

Como em uma palestra-performance, em cena poderemos ver a história do plástico sendo contada por pontos de vista surpreendentes – por personagens comuns e outros nem tanto. A peça estreou na Espanha e circulou pelas cidades de Madrid, Barcelona, Zaragoza e Granada, em espaços culturais e eventos acadêmicos. “Criar o espetáculo em espanhol foi um desafio divertido, inclusive porque uma das personagens que é famosa para a gente aqui no Brasil, era desconhecida do público europeu, e aos poucos fomos percebendo diferenças culturais para além da língua”, comenta Pamella.

O artista Dudu Ferraz, que faz a assistência de direção e de dramaturgia, apoiou todos os movimentos criativos da artista-pesquisadora e segue apoiando na produção do espetáculo. “Encontramos a personagem ‘o palhaço que come lixo’ em uma música do Raul Seixas e depois o transformamos para trazer para o palco aquela famosa lixeira com formato de palhaço. Ela é quem conta boa parte da história na peça… espero não estar dando muito spoiler”, brinca Dudu. 

O projeto nasce do desejo de discutir o consumo e descarte de plástico e envolve a redução na geração de resíduos desde o processo de ensaios, até a circulação do espetáculo. “A peça cabe em uma mala”, explica Pamella, contando que todos os objetos cênicos necessários para a apresentação são acomodados em um pequeno espaço, reduzindo a necessidade de transporte para as apresentações. “Mas a tecnologia também envolve a subversão dos sentidos comuns dos objetos, que ao longo da história vão sendo ressignificados e ganham novas camadas de compreensão, tudo de forma divertida e carismática”, complementa Dudu.

Essa ação faz parte do projeto “Quintal Garatuja: o interno e entorno em ação”, contemplado com o Edital Lei Paulo Gustavo SP Nº 24/2023 – Pontos de Cultura e Territórios Culturais da Secretaria de Cultura, Economia e Industrias Criativas do Estado de São Paulo. 

Acessibilidade cultural

As questões sobre acessibilidade cultural também fazem parte da pesquisa teatral, as descrições de imagens, inicialmente voltadas para pessoas com deficiência visual ou baixa visão, fazem parte do texto narrado pela atriz. “Conforme fomos trazendo as descrições de imagem para a dramaturgia, elas começaram a ganhar significados na peça e acabam fazendo sentido mesmo para quem enxerga, porque muitas vezes mesmo enxergando não nos atentamos aos detalhes das imagens e seus muitos significados”, comenta Pamella.

A investigação sobre os recursos para garantir maior acessibilidade aos conteúdos culturais conta com a Assessoria em Acessibilidade de Maíra Schiavinato Massei, artista plástica e Produtora de Acessibilidade Cultural, que para preparar essa breve temporada promoverá o diálogo com pessoas com deficiência visual para garantir que as ações sejam efetivas no campo da democratização do acesso. “Uma das ações mais importantes no campo da Acessibilidade Cultural é a Atitudinal, ou seja, uma atitude inclusiva por parte da produção e das artistas. É isso que estamos buscando construir aqui no Quintal Garatuja este ano”, explica Maíra. A tradução para Libras também estará presente nas duas sessões, possibilitando que pessoas surdas e ensurdecidas possam desfrutar do espetáculo.

Depois de estrear no Brasil em 2023, a peça já circulou por eventos que discutem a questão dos resíduos e a divulgação científica, como a I Semana Lixo Zero de Campinas, o Encontro de Divulgação Científica e os Museus de Portas Abertas da Unicamp. Neste 2024, o espetáculo passou por outras cidades do interior de São Paulo e por Santa Catarina; e deve seguir por mais estados nesses próximos meses. 

Sinopse

Nesta obra vamos tentar olhar a tragédia nos olhos. Vamos perceber algo que sustenta nosso estilo de vida mas que é quase invisível, encontrar personagens humanas e não humanas que trarão contradições para o centro da cena. Em algo entre uma conferência/palestra e um espetáculo de teatro, vamos conhecer um pouco da história do plástico: a matéria exageradamente comum que sustenta nossa cultura e já faz parte da nossa natureza, que nos garante o conforto enquanto se espalha ao nosso redor. O plástico que estrutura nossas ações cotidianas e a tragédia contemporânea do consumo: serão superáveis? 

Ficha técnica

Pesquisa e criação: Pamella Villanova 

Assistência de direção e de dramaturgia: Dudu Ferraz 

Orientação: Gina Monge Aguilar (Costa Rica), Veronica Fabrini (Brasil) e Victoria Perez Royo (Espanha)

Serviço

Apresentações do espetáculo “Plástico, um mito contemporâneo”

Dias: 18 e 25 de agosto (domingo)

Horário: 19h 

Local: Ponto de Cultura Quintal Garatuja (Rua São Miguel Arcanjo, 1520, Jd. Nova Europa)

Grátis | Retirada de senhas 30min antes

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