Servidores da Prefeitura de Campinas participaram nesta terça-feira, 9 de dezembro, da palestra “Agir, construindo caminhos para uma cultura antirracista no serviço público”, promovida pela Escola de Governo e Desenvolvimento do Servidor (EGDS). O evento faz parte dos Círculos de Diálogos Reflexivos e o tema foi conduzido pela pedagoga Luiza Mandela.  

 

A palestra encerro o curso “Fortalecendo a cultura antirracista no serviço público”, que contou com dois encontros virtuais e este último, presencial. 

 

Luiza abordou temas como: 

  • O que é cultura antirracista; 

  • Pilares da cultura antirracista; 

  • Racismo estrutural; 

  • Racismo institucional na prática; 

  • Como começar a cultura antirracista; 

  • Revisão da linguagem e comunicação; e 

  • O papel de cada pessoa. 

 

“Estar presente nesse encontro como uma pessoa branca foi importante e reflexivo, foi um chamado, também”, disse Isabela Lucinda de Carvalho. Ela ressalta que diversas vezes durante o curso foi dito que para enfrentar o racismo, as pessoas brancas precisam se envolver e assumir suas responsabilidades na construção de uma sociedade antirracista. “É injusto e pesado que a luta contra o racismo continue sendo vista como um problema apenas da população negra. Se queremos de fato uma sociedade justa e igualitária, precisamos reconhecer nosso papel e assumir a responsabilidade que nos cabe”, completou a servidora. 

 

Para Valdemir Cicero Menezes de Melo as iniciativas da Prefeitura têm sido muito relevantes. “Tanto as formações proporcionadas para nós como a construção de um serviço público municipal antirracista têm feito a diferença para todos nós, que somos servidores negros”, disse. 

 

Ainda segundo Melo, essas políticas ultrapassam os muros da Administração Municipal. “O racismo atravessa a sociedade, ele é de fato estrutural, por isso é importante que nós revisitemos todas as práticas e serviços da Prefeitura e compreendamos o quanto podemos, dentro da nossa atuação como servidores municipais, fazer o combate a esse racismo, trazendo esse olhar de um maior acolhimento à população”, completou. 

 

Investimentos na política antirracista  

  

Além da Lei de Cotas, que hoje garante a reserva de 20% de vagas em concursos públicos, mas que deve ser ampliada para 30% com o projeto que foi enviado para a Câmara, estão sendo promovido cursos, palestras e jornadas para os funcionários públicos.     

    

Lideranças Negras – visa estimular e aprimorar o desenvolvimento de habilidades de servidores negros para o exercício de posições de liderança na Administração Pública.      

   

Jornada Lélia Gonzalez – reuniu mais de um mil servidores em encontros com nomes como Cida Bento, Luiza Mandela, Flávia Martins de Carvalho e Zezé Motta, personalidades importantes nos debates sobre equidade, letramento racial e políticas antirracistas.     

   

Cursos e palestras – entre os destaques estão os cursos sobre letramento racial com a educadora Luiza Mandela e a palestra “Racismo, Colorismo e Cotas Raciais em Concursos Públicos”, da advogada Alessandra Devulsky, doutora em Direito Econômico e Financeiro, escritora, professora, integrante do Comitê Assessor do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.      

    

Heteroidentificação  – os cursos de heteroidentificação também são ações que merecem ser destacadas. A formação, ministrada pela servidora Jaqueline Damázio, tem como objetivo oferecer um processo formativo com conhecimentos teóricos e práticos sobre o tema. A capacitação vai permitir que os servidores formados participem das comissões responsáveis pelos procedimentos de heteroidentificação dos concursos públicos.     

    

Isenção na taxa de inscrição de concursos públicos: outra proposta já enviada para a Câmara Municipal é a isenção da taxa de inscrição em concursos públicos para candidatos que pertençam a famílias inscritas no cadastro único (CadÚnico).