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“Atitude Educação” premiará ideias que ajudem a escola e a sociedade

Alunos das escolas públicas campineiras podem inscrever propostas no projeto “Atitude Educação”, promovido pelas fundações Feac e Educar DPaschoal. A iniciativa vai premiar ideias ou ações que contribuam para a resolução de problemas da escola, da comunidade ou colaborem com a aprendizagem, sempre focando nos alunos como protagonistas das ações. As inscrições serão recebidas no site da Feac até o dia 8 de maio.
Além de preencher o formulário de inscrição, cada escola deve enviar um vídeo de até dois minutos, feito pelos estudantes, explicando a ideia. O projeto premiará três unidades da rede municipal com até R$ 5 mil, que deverão ser usados para tirar as ideias do papel.
As escolas selecionadas também receberão suporte técnico ao longo do processo. De acordo com a Fundação Feac, a proposta é ajudar a formar “adolescentes e jovens protagonistas, capazes de transformar suas realidades e gerar impacto positivo na sociedade”.
Os projetos aceitos na inscrição serão avaliados por uma comissão técnica, que vai selecionar 18 finalistas, seis deles da rede municipal. Os finalistas, que serão anunciados no site da Feac no dia 16 de maio, deverão apresentar suas propostas a uma banca examinadora, responsável por decidir quem leva o incentivo em dinheiro.
No ano passado, as escolas escolhidas para receber o prêmio foram Maria Pavanatti Fávaro, no Jardim São Cristóvão; Padre Leão Vallerie, no Parque Valença, e Professor Benevenuto Figueiredo Torres, no Jardim São José.
Fazendo a mudança
Na Emef Benevenuto Torres, o professor de geografia Sílvio Pretto, que morou em um sítio até os 16 anos, teve a ideia de criar uma horta na escola. O desafio era ampliado por obstáculos, uma vez que a escola não tinha espaço com terra disponível. O chão é todo cimentado e não havia espaço sombreado suficiente para facilitar o crescimento das plantas. Estas dificuldades deram um toque inovador ao projeto. “Queríamos mostrar para a comunidade que em pequenos espaços dá para produzir”, disse o professor.
Depois que os estudantes e professores compraram a ideia, começaram a pesquisa e o planejamento financeiro. Os alunos, inexperientes em cuidar de hortas, se uniram para discutir a viabilização do projeto sem um chão de terra disponível. Inicialmente, os jovens pensaram em utilizar um local atrás do campinho de futebol, mas concluíram que os vegetais não vingariam levando boladas diariamente.
Escolheram um cantinho seguro e próximo de uma árvore e decidiram agilizar o processo usando mudas, plantadas dentro de pallets de madeira e pneus revestidos para não contaminar a terra. Os recipientes foram colocados em cima de outros pallets e em garrafas pet, penduradas na parede, tudo pintado e enfeitado posteriormente. Para tornar a iniciativa sustentável, os organizadores precisavam de dinheiro para construir um sistema de captação e armazenamento de água das chuvas.
Um grupo de alunos apresentou a proposta para a banca avaliadora. Além dos organizadores do Atitude Educação, a escola conseguiu o patrocínio de uma padaria e uma loja de materiais de construção, que doaram pneus, pallets, tintas, terra e adubo. O material, além de usado diretamente no plantio, também foi aproveitado para a confecção de enfeites, com o auxílio do professor de artes.
Os R$ 5 mil do prêmio tornaram realidade o sistema de coleta de água, com capacidade de guardar rapidamente 1.200 litros a partir de uma chuva de intensidade média. A ajuda financeira foi “uma mão na roda”, segundo o professor Mário Moiolini, de educação física e que ajuda a cuidar do ambiente.
Abacate, alface, cebolinha, couve, rúcula, salsinha e tomatinho foram algumas das hortaliças escolhidas para compor o cultivo. Ainda assim, a colheita não é suficiente para proporcionar uma refeição para todos. “Estamos caminhando”, diz o professor Sílvio, que trabalha para que um dia a horta renda uma muda para cada aluno levar para casa. Por enquanto, são organizadas degustações dos alimentos disponíveis.
Hoje, um grupo composto por 25 alunos, que estão entre o 1° e o 9° ano, orientados por três professores, se reveza para cuidar das plantas todos os dias entre 8h e 10h da manhã, e depois retorna para as aulas no período da tarde. O trabalho ainda rende novas amizades, que fazem o sacrifício de acordar cedo valer a pena.
Os jovens apontam como benefícios da existência de uma horta na escola a quantidade maior de sombras, já que o espaço, que é coberto por uma árvore, costumava ficar fechado. Ter um local fresco no colégio, além de ser bonito, “traz uma vida”, disse Vitória da Silva, de 13 anos.
Hoje, a horta está integrada principalmente à disciplina de Ciências. Até adubo orgânico já saiu das aulas mas outras matérias também aproveitam o recurso, como artes e até inglês. “Uma coisa é estudar no livro, outra é aprender na prática”, aponta Helvécio Júnior, um dos pais da horta, para quem “aplicar o ensino de artes na construção de objetos e enfeites usados no cultivo ajuda os alunos a aprender”.
A horta está passando por uma reforma para ampliar sua capacidade e deve voltar a produzir, mais do que antes, dentro de algumas semanas.
Serviço
Projeto “Atitude Educação”
Adesões até o dia 8 de maio
Informações e inscrição em: https://www.feac.org

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