Registros de violência crescem 25,5% em Campinas

Campinas registrou 3.634 notificações de violência em 2023, um aumento de 25,9% em relação a 2022, quando ocorreram 2.886 registros e que atingiram especialmente crianças, adolescentes e idosos. Os dados são do 17º Boletim Sisnov (Sistema de Notificação de Violência em Campinas), divulgado nesta quinta-feira, 19 de novembro.

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Nos últimos cinco anos, 28.262 notificações de violência foram registradas no sistema. Nesse período foi observado um crescimento no número de notificações ao longo dos anos, com exceção de 2019 e 2020, em que houve uma queda, provavelmente devido à pandemia de covid-19.

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"Os dados do Sisnov são ferramentas importantes de gestão para o aprimoramento de políticas públicas e por isso a capacitação de pessoas que possam interpretar os dados nas diversas áreas é essencial", diz o secretário de Saúde, Lair Zambon.

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Nos últimos cinco anos, os três maiores notificadores de casos de violência ao sistema e que correspondem a 89% do total foram a Secretaria Municipal de Saúde, a Rede Mário Gatti e a Secretaria de Desenvolvimento e Assistência Social.

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No ano passado, cerca de 250 pessoas passaram por capacitação para aprimorar as notificações de violência. "Os dados são analisados e enviados aos distritos para que eles possam trabalhar as informações e atuar. O acolhimento das vítimas por parte dos serviços de proteção é essencial para garantir o acompanhamento adequado e assegurando os direitos constitucionais ao bem-estar físico e mental", afirmou a responsável técnica pelo Sisnov, Juliana Bassul.

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A Secretaria Municipal de Saúde registrou 6.428 notificações, sendo 4.948 provenientes da Rede de Urgência e Emergência Mario Gatti e 1.480 de Unidades de Saúde. O segundo maior grupo de notificadores foi da Secretaria da Assistência Social que foi responsável por 3.210, sendo 2.012 notificações realizadas pelas unidades conveniadas e 1.198 notificações por unidades próprias.

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Violência

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A violência física foi a mais notificada do total de casos, com 34%, seguida das tentativas de suicídio (23%) e da violência sexual (16%). A negligência e o abandono, segundo o boletim, também foram bastante registrados, especialmente no caso de crianças.

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A maioria das vítimas, 71%, é do sexo feminino, sendo que entre as mulheres, as brancas representaram a maior parte das vítimas. Entre os homens, a distribuição racial foi mais equilibrada, com uma ligeira predominância de vítimas negras e pardas.

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O Distrito Sul se destacou como a região com o maior número de notificações, e, de modo geral, houve um aumento das notificações em todos os distritos ao longo dos anos.

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Crianças

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Entre 2019 e 2023 houve um aumento de 47,7% nas notificações em relação à violência contra a criança e de 44,7% em adolescentes. Entre as crianças, a violência mais comum foi a negligência/abandono (44%), seguida pela violência sexual (29,9%).

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Já entre os adolescentes, as tentativas de suicídio foram o tipo de violência mais frequentemente notificado, representando 25% dos casos, seguido pela violência física (20,7%) e violência sexual (20,2%). No caso das crianças, os principais autores das violências foram os cuidadores diretos (69,9%), enquanto para os adolescentes, destacaram-se as tentativas de suicídio autoprovocadas (26,2%).

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Mulheres

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A violência atingiu mais as mulheres na faixa etária de 30 a 39 anos. A violência física (46,3%) e as tentativas de suicídio (27,5%) foram as formas mais noticiadas, com um aumento significativo nos últimos anos, refletindo uma crescente preocupação com a violência doméstica e a saúde mental das mulheres.

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Os cônjuges ou ex-cônjuges foram os principais autores de violência contra as mulheres, com 42,8% dos casos, seguido de tentativas de suicídio autoprovocadas.

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Idosos

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Entre a população idosa, o número de notificações de violência foi de 720 casos entre 2019 e 2020, com um aumento em 2022, refletindo uma crescente preocupação com essa população vulnerável.

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As idosas foram as principais vítimas, representando 71,7% dos casos, sendo a violência física a mais notificada (35%), seguida pela negligência e abandono (27%). Filhos e netos foram os principais autores dessas violências, evidenciando um ciclo de violência intergeracional.

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Suicídio

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Segundo o Sisnov, as tentativas de suicídio se configuram como uma demanda emergente, com um total de 2.670 notificações entre 2019 e 2023, das quais 70,6% envolveram mulheres.

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O aumento das tentativas de suicídio, especialmente entre as mulheres, reflete uma crescente preocupação com a saúde mental da população, com uma prevalência maior de tentativas em relação aos suicídios consumados, que tipicamente têm maior taxa entre os homens.

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As faixas etárias mais afetadas foram a de 20 a 59 anos (70,1% dos casos) e a de 10 a 19 anos (26,1%).

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Relatório

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O relatório completo do 17º Boletim Sisnov pode ser baixado clicando aqui.

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