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Trívia – Santos x Guarani

SantosGuarani

Santos e Guarani talvez tenham uma das relações mais emblemáticas da História do futebol, e o fato de ter disputado uma final de Campeonato Paulista recentemente nem seja o fator preponderante. É uma história longeva, que começa em 1924 e terá hoje o capitulo 182.

Nessa longa história, o retrospecto mostra que bugrino mais sofreu do que teve alegrias. Se o São Paulo nos roubou um titulo em 1986, o Corinthians nos feriu com um gol de Viola na prorrogação em 1988 e o Palmeiras Parmalat nos levou as esperanças do bicampeonato Brasileiro em 1994, o Santos levou nossas alegrias em parcelas.

Das piores goleadas que o Guarani sofreu, o Santos esteve envolvido em quase todas. Fomos reféns, assim como a maioria, dos grandes elencos que o time do litoral montou entre os anos 50 e 60, ou até mesmo mais recentemente na ultima década. Se desgraça pouca é bobagem, numa única noite de 1958 tomamos 4 gols de Pelé, contribuindo assim para torna-lo até hoje o maior artilheiro do Campeonato Paulista de todos os tempos. Todavia, isso não significa que fomos uma presa fácil. No Brinco de Ouro, os confrontos são até hoje equilibrados.

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Em 1964, após tomar um 6 x 1 em Santos lavamos a alma metendo um 5 x 1 em Campinas, com nosso goleiro defendendo Pênalti de Pelé e Coutinho sendo expulso no final do jogo. Aliás, os últimos gols de Pelé já num Santos menos mortal, também foram no Brinco de Ouro, sinalizando o crepúsculo não apenas do maior jogador de todos os tempos mas de uma era. Em 22/09/1974 o placar foi de 2 x 2, sendo que Pelé anotou os dois do alvinegro praiano e o Guarani empatou no final do jogo, com Flamarion diminuindo e depois com Amilton igualando.

O ultimo gol de Pelé foi de pênalti, assim como havia sido o milésimo. Flamarion ainda ostentou o status de ídolo e foi lembrança na memória do campineiro com mais de 40 anos. Enquanto jogador, foi considerado o melhor da sua posição e registrou seu nome na história do Guarani ao marcar o primeiro gol do time em Campeonato Brasileiro, no ano de 1973. Fora dos gramados, se tornou técnico, voltando ao Guarani no começo dos anos 90 e passando também pela rival.

Em 27/08/1994, no mesmo Brinco de Ouro, aproximadamente 20 anos após a despedida de Pelé, tivemos Guarani 4 x 0 Santos, jogo que marcou a aurora de dois jovens jogadores, ídolos que nasceram no Guarani e fizeram sucesso por onde passaram: Amoroso e Luisão. Por destino, esse foi meu primeiro jogo sozinho no Brinco de Ouro, um privilégio tardio que tive devido a insegurança da minha família aos já recorrentes problemas de violência entre as torcidas que aconteciam em Campinas. Algo que fazia sentido, pois dois meses após esse jogo, um torcedor do Corinthians morreria numa invasão a área destinada ao Guarani.

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Voltando para 1994, naquele Sábado de muito calor em Campinas, fui premiado por uma das mais belas e raras exibições do Guarani contra o Santos. Nesses momentos onde o Guarani faz valer seu campo, o amor da sua torcida, se tornando mágico, diferente de qualquer time e onde o futebol se mostra também diferente de qualquer esporte. Sentado nas cadeiras numeradas, pelo mesmo angulo de quem presenciou os últimos gols de Pelé pelo Santos e o auge de Flamarion em 1974, vi o “nascimento” dos jovens Amoroso e Luisão.

Um jogo que ainda teve um gol antológico de Amoroso, recebendo uma bola no meio de campo, driblando toda a defesa do Santos e fazendo um gol justamente na saída de Edinho, o filho de Pelé. Um gol para a História do futebol brasileiro. Flamarion faleceu no dia de hoje, exatamente num dia de embate entre Guarani e Santos.

O de numero 182 entre os dois clubes e cerca de 95 anos após a primeira peleja, tornando essa disputa um dos clássicos mais longevos e emblemáticos da história do futebol paulista e brasileiro. O que será que veremos hoje?

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Por: W.C.

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