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Seminário da Setransp/Emdec discute o trânsito seguro de motociclistas

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O webinário (seminário on-line) “Segurança nos deslocamentos de motociclistas em Campinas”, realizado na quarta-feira, dia 29 de setembro, pela Secretaria Municipal de Transportes (Setransp) e Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) reuniu especialistas de vários órgãos para identificar problemas e apresentar soluções relacionadas à circulação segura de motociclistas.
 

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O evento, que foi exibido ao vivo no canal da Emdec no YouTube (www.youtube.com/emdecoficial), integra a programação da Semana Municipal do Trânsito (www.emdec.com.br/semutran2021). A íntegra da transmissão está disponível em bit.ly/webinário_motos.
 

Na abertura, o secretário municipal de Transportes, Vinicius Riverete, destacou que “o tema é de extrema importância”. “Estamos focando em uma grande campanha para reduzir drasticamente os acidentes com motos no município”, projetou, ao falar das ações de informação e sinalização em curso.
 

Já o chefe de Gabinete da Emdec, Fernando de Caires Barbosa, que representou o presidente da empresa, Ayrton Camargo e Silva, lembrou que a pandemia da Covid-19 ampliou os riscos dos serviços de entrega. “Precisamos garantir que estes motociclistas saiam e retornem para casa com segurança e saúde. Aliás, é importante ressaltar o trabalho da categoria. Graças aos entregadores, as cidades continuaram andando e as famílias tendo acesso a comida e remédios”, afirmou.  
 

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Segundo o chefe de Gabinete, conquistar esta segurança, abordando principalmente o público masculino, é “um grande desafio” da sociedade.

 

A responsável pela área de Educação para Mobilidade da Emdec, Roberta Mantovani, enfatizou a necessidade das ações de conscientização na luta pela segurança viária. “Em outubro, está prevista uma campanha de educação de trânsito da Setransp e Emdec voltada aos motociclistas e também a outros segmentos envolvidos com o uso da motocicleta”, anunciou.
 

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Ainda na mesa da abertura, Juliana Nativio, coordenadora de Informações Epidemiológicas do Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), que representou o secretário municipal de Saúde, Lair Zambon, manifestou o desejo de que o evento resulte em “ideias e estratégias para tentarmos diminuir esses acidentes e óbitos”.
 

Omissão e calamidade
 

 

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A primeira palestra, “Motocicletas no Brasil – Omissão e Calamidade”, foi do presidente da Comissão Técnica de Meio Ambiente da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), Eduardo Alcântara de Vasconcellos, que considerou o incentivo à moto “a pior política de mobilidade já aplicada no Brasil”. “Houve apoio do governo federal e uma força social para apoiar a moto. Uma das propagandas falava em ‘libertar-se do transporte público’. Por que a sociedade se deixa ferir dessa forma?”, questionou.
 

Eduardo reconheceu que a moto possui grandes vantagens e que melhorou em termos ambientais e mecânicos, mas alertou que este veículo fez 85 mil vítimas fatais no país entre 1996 e 2011. “Um estudo inglês concluiu que o risco de morrer em uma motocicleta é 144 vezes maior do que morrer em um automóvel”, apontou a apresentação.
 

As soluções passariam por garantir formação apropriada aos motociclistas, treinamento a todos os motoristas sobre esta convivência no trânsito, mais fiscalização e evitar o tráfego de motos junto a veículos de grande porte.
 

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Engenharia, educação e fiscalização

 

 

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Na sequência, o presidente da Federação Nacional das Autoescolas e Centros de Formação de Condutores (Feneauto), Magnelson Carlos de Souza, recomendou o tripé engenharia, educação e fiscalização para a redução dos acidentes, na palestra “A formação de motociclistas no Brasil”.  

 

“Não somos maus de volante, mas sim de cidadania. A maioria dos acidentes está relacionada a comportamento. Eles ocorrem por negligência, imprudência, imperícia. Precisamos melhorar isto, com ações educativas e o aprimoramento da fiscalização, fundamental para inibir e coibir as condutas inadequadas”, avaliou.
 

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Neste sentido, Magnelson entende as autoescolas como pilares, sendo necessário “um olhar mais preciso em relação à formação”. “Devemos ter a coragem de propor mudanças radicais no processo de formação de condutores de veículos de duas rodas”, observou, apontando que o condutor não deve ser preparado apenas para passar no exame, mas também desenvolver uma percepção de risco. 
 

De acordo com Magnelson, não seria suficiente realizar os cursos e exames somente em circuitos fechados.
 

Uma vida a cada 47 minutos

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Na terceira palestra, “O cenário da mortalidade de motociclistas dos últimos 20 anos”, André Victor Igarashi, da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), mostrou que o Brasil registra, segundo os dados mais recentes, uma morte a cada 47 minutos associada ao uso da moto, que está envolvida em um terço dos óbitos no trânsito. Em 2019, antes da pandemia, lideravam as estatísticas de mortes de motociclistas as regiões Nordeste (4.360, 38,9% do total) e Sudeste (2.783, 24,8% do total).

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Além dos dados gerais de acidentes, André analisou os impactos do motofrete. “Há, no Brasil, uma coincidência do perfil das vítimas motociclistas com o perfil dos entregadores, que são predominantemente homens pardos, na faixa dos 20 anos”, identificou.

 

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Fatores de risco
 

 

Na última palestra, “Panorama da acidentalidade em Campinas”, Ana Paula Rivelaro, enfermeira integrante da Coordenadoria das Doenças Não Transmissíveis, do Devisa, alertou sobre os comportamentos que causam acidentes fatais envolvendo motos no município. “O excesso de velocidade, as atitudes imprudentes, a ausência de direção defensiva e o desrespeito à sinalização são os maiores fatores de risco”, destacou.  
 

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Ana Paula demonstrou que há forte concentração de mortes na faixa etária dos 19 aos 39 anos, uma população jovem e economicamente ativa.
 

Estatísticas preliminares também indicam expressivo aumento das vítimas fatais ocupantes de motocicletas na cidade em 2021. 

 

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A palestrante ressaltou a importância das ações conjuntas entre diferentes setores do poder público e da sociedade civil para que as condutas sejam repensadas e os acidentes, evitados.

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