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DPBEA alerta sobre cuidados com animais por conta do barulho dos fogos

O Departamento de Proteção e Bem-Estar Animal (DPBEA), órgão vinculado à Secretaria do Verde, Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, orienta a população sobre os cuidados com os animais no fim de ano por conta do barulho dos fogos de artíficio. O período é uma das épocas mais temidas pelos tutores de animais. Principalmente no Réveillon, grande parte dos cães, gatos, aves e roedores sentem o pavor dos estampidos vindos desta tradição do ser humano e podem sofrer acidentes sérios e até morrer. 

 

“A tradição de soltar fogos de artifício para comemorar datas festivas como o ano novo pode prejudicar a saúde de animais. No caso de cães e gatos eles se assustam facilmente, pois a sua audição é mais sensível do que a dos seres humanos”, afirmou Bellini. 

 

Ele explica que durante a queima de fogos, cachorros, gatos e aves podem apresentar sinais graves de estresse, agressividade, ansiedade e podem até sofrer infartos. Segundo ele, alguns cães e gatos morrem ou se machucam muito nessas situações; ficam extremamente agitados e acabam se acidentando. “Já vi casos de cães que arrancaram as próprias unhas de tanto raspar a porta; outros em que os animais acabam saltando do alto de um prédio. Há exemplos terríveis”, lamenta. Segundo ele, conscientizar as pessoas sobre o efeito negativo causado pelos fogos é essencial. Existem relatos, por exemplo, de cães que entram em desespero ao tentar fugir e quando o animal está preso em correntes, se enforca ao tentar escapar.

 

O veterinário do DPBEA, Paulo Anselmo, também explica que a audição de cães e gatos é muito aguçada e que por isso eles sofrem com barulhos extremos. “Animais diferentes escutam frequências sonoras diferente, portanto o que é suportável para humanos (escutam de 40 a 40.000 Hz) pode ser insuportável para outras espécies de animais como os cães, por exemplo que possuem uma acuidade auditiva que chega a ser o dobro da de humanos (20 a 80.000 Hz), ou mesmo espécies de aves ou morcegos que ouvem frequências muito altas, os ditos ultrassons, por isso o uso de fogos causa um impacto em toda fauna, contamina o ambiente”, explicou Anselmo.  

 

“Ao se sentir ameaçado, o animal pode fugir, ser atropelado ou pular de locais como varandas e janelas. Algumas medidas podem ser tomadas para amenizar esse momento de desconforto para os pets, passando a sensação de segurança e assegurar ao pet que o barulho está do lado de fora, longe dele”, ressalta Vagner Bellini. “Além de não deixá-los sozinhos, você pode fechar portas, janelas e cortinas, pode até proteger os ouvidos com algodão ou protetor auricular por exemplo”.

 

Outras dicas simples podem ajudar a diminuir o medo e o estresse de cães, gatos e outros bichos durante a queima de fogos:

 

. Separe um quarto para você e seu cachorro ou pet. Ele sempre se sentirá mais seguro ao seu lado. O ideal é um cômodo que ele já costume se sentir confortável. 

 

. Cubra portas e janelas com cobertores e tecidos grossos para abafar o som externo. 

 

. Se possível, fique nesse cômodo com seu pet. 

 

. Deixe uma caixa de transporte ou mesmo uma caixa de papelão para que o pet possa se esconder dentro. Ofereça caminhas e tocas seguras para os pets se esconderem.

 

. Coloque uma música que seja relaxante.

 

. Deixe uma luz mais baixa, mas não escuro completo.

 

. Retire todo e qualquer objeto que possa ser um risco ao cão (por exemplo, coisas que quebrem ou quinas).

 

. Deixe o cachorro com identificação (mesmo que você more em prédio. Nunca se sabe…).

 

. Cuidado com janelas sem a tela de proteção, mantenha seu pet longe e/ou janelas fechadas. 

 

. Ofereça algo que o cachorro ame muito roer ou lamber (tudo bem se ele não quiser pegar. Com medo ele pode perder o interesse). Antes de começar o barulho, deixe disponível dispositivos ou brinquedos recheados com alimento que o pet mais gosta.

 

. Passeios antes podem ajudar, mas um cachorro cansado não vai sentir menos medo.

 

Não deixe o pet sozinho de jeito nenhum durante a queima de fogos.

 

Fogos e lei

 

O governador João Dória sancionou, nesta quinta-feira, dia 29, lei que proíbe a queima, comercialização e armazenamento e transporte de fogos de artifício e artefato pirotécnico de estampido no Estado de São Paulo. Animais, idosos e autistas geralmente são os mais afetados pelo barulho. A proibição se aplica a recintos fechados, ambientes abertos, áreas públicas e locais privados. 

 

Em Campinas, a lei municipal 15.367 proíbe a soltura de fogos de artifício. Há, ainda, a lei estadual 17.389 que, além da soltura, proíbe a comercialização desses artefatos. O município cumpre as duas legislações. A Prefeitura não emite alvará para venda de fogos, então, qualquer comercialização na cidade é clandestina e deve ser denunciada. A fiscalização dos estabelecimentos é feita por meio de denúncias, que podem ser feitas durante a semana pelo 156. Já as denúncias de soltura de fogos devem ser realizadas para a Polícia Militar, pelo 190.

 

 

 

 

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