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Depois de 2 anos, boi volta a falar na festa tradicional em Barão Geraldo

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A Festa do Boi Falô será realizada amanhã, dia 15 de abril, na Sexta-Feira Santa, conforme a tradição. O evento começa às 10h na Praça do Coco, no Distrito de Barão Geraldo, e não faltarão a tradicional macarronada e as apresentações culturais. Estarão lá o grupo A Camaleoa Produções, grupo As Caixeiras das Nascentes, Grupo Savuru. A contação de histórias ficará a cargo de Ulisses Junior e a participação da CEI Agostinho Pattaro, no qual será apresentado o resultado de um estudo sobre a lenda.
A realização da festa é da Secretaria de Cultura e Turismo de Campinas em parceria com a Subprefeitura de Barão Geraldo. Também participam da organização o Centro Cultural Casarão, a Feira de Barão Geraldo e a Associação dos Artesãos e Expositores da Feira de Barão. A decoração da festa foi realizada pelo grupo EntreFios e Memórias, do Coletivo Casarão.
Essa será a 26ª edição da Festa do Boi Falô, que será realizada presencialmente depois de dois anos sem as celebrações por causa da pandemia de covid-19.
Atrações
O Grupo A Camaleoa Produções, em parceria com o projeto de mentoria artística da Tfilms, apresentará duas sessões da peça de teatro de cordel escrita no ano de 2000 pelo teatrólogo Ton Crivelaro para o Ministério da Cultura. O projeto tem por objetivo apresentar a única lenda regional campineira para os outros bois do Brasil, por isso foi escrita e montada com sotaque nordestino. No elenco, só mulheres, com coordenação da atriz Tânia Guinatti.
Participará desta apresentação o ator Ton Crivelaro, que tem vários trabalhos de sucesso na Netflix, Globo Play e outras plataformas. As apresentações serão às 11h e às 13h, pontualmente.
Às 12h, quem se apresenta é o grupo popular de percussão formado por mulheres, as Caixeiras das Nascentes. À tarde, às 14h30, será vez do Grupo Savuru.
Durante a festa, haverá também contação de histórias com Ulisses Junior, que escreveu o livro A Lenda do Boi Falô. A obra foi financiada pelo Fundo de Investimentos Culturais de Campinas (FICC). Ele diz que escreveu o livro baseado nas histórias que ouviu de mestres e griôs de tradição da cidade e de moradores de Barão Geraldo. Ulisses Junior fará seis sessões de contações de histórias.
Sobre a lenda, várias versões
O evento é considerado a maior celebração popular do Distrito de Barão Geraldo. A lei nº 8907 torna oficial a Festa do Boi Falô, que passou a integrar o Calendário Oficial do Município de Campinas
Por se tratar de uma lenda, há várias versões do Boi Falô, que são contadas de diferentes maneiras. Moradores de Barão Geraldo, da Comissão Pró-Memória de Barão Geraldo, têm uma versão que não contém a figura do Toninho nem a do Barão Geraldo de Rezende. Segundo esses moradores do distrito, o episódio ocorreu no Capão do Boi, que era um pequeno bosque na entrada de Barão Geraldo, derrubado para a construção, por volta de 1974, da Avenida Romeu Tórtima, no passado conhecida como Avenida 1.
De acordo com esses moradores, a versão da lenda tradicional conta que, numa Sexta-Feira da Paixão, um capataz da Fazenda Santa Genebra pediu a um caboclo, escravizado ou empregado (existem as duas versões), que fosse buscar uns bois que ficaram deitados no Capão do Boi. O escravizado (ou empregado que, em uma das versões era um adolescente que estava acompanhado pelo seu cachorro) foi até o Capão do Boi com uma vara e, lá chegando, começou a tocar os bois. Com a insistência, um dos bois bradou: “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”.
O rapaz, assustadíssimo, correu de volta para contar o fato ao capataz, que não acreditou. Depois de brigar com ele, foi junto (a cavalo) até o Capão do Boi e mandou o rapaz tocar o boi. Ao ser tocado, o boi novamente disse: “Hoje não é dia de trabalhar! Hoje é dia de Nosso Sinhô Jesus Cristo!”. Apavorados, o capataz e o rapaz retornaram para a Fazenda, e o capataz decidiu ir para sua casa, onde não saiu mais naquele dia. 
A versão com Toninho e o Barão
A festa foi criada em 1988 para comemorar o centenário da Abolição, já que a lenda do Boi Falô também é popularmente contada na história do escravizado Toninho, forçado a trabalhar numa Sexta-Feira Santa. Ele obedeceu e, chegando ao pasto, o boi olhou para ele e disse: “Toninho, hoje não é dia de trabalhar, hoje é dia de se guardar”. 
O escravizado correu para a sede da Fazenda gritando: “o boi falô, o boi falô!” e contou o que havia acontecido e, naquele dia, ninguém trabalhou. O capataz, que era homem descrente, virou rezador, e Toninho virou pessoa de confiança do Barão Geraldo de Rezende, trabalhando dentro da casa até sua morte, quando foi enterrado ao lado do Barão por seus serviços prestados à família.
Programação
10:00 – Contação de histórias com Ulisses Junior – A Lenda do Boi Falô
10:30 – Espetáculo Teatral com o Grupo Camaleoa – A Lenda do Boi Falô nas Terras do Barão
11:30 – A Congada Rosário das Caixeiras das Nascentes
12:00 – Benção do Macarrão
12:30 – Contação de histórias com Ulisses Junior – A Lenda do Boi Falô
13:00 – Espetáculo Teatral com o Grupo Camaleoa – A Lenda do Boi Falô nas Terras do Barão
14:00 – Intervenção literária com Ulisses Junior
14:30 – Apresentação do espetáculo Dançando as Raízes Afro Brasileiras, com o Grupo Savuru
No dia de Finados, o túmulo de Toninho é um dos mais visitados na cidade.
Serviço
A Festa do Boi Falô 
Dia: 15/04, a partir das 10h
Local: Praça do Coco, no Distrito de Barão Geraldo
Realização: Secretaria de Cultura e Turismo em parceria com a Subprefeitura de Barão Geraldo, com o Centro Cultural Casarão, a Feira de Barão Geraldo, Associação dos Artesãos e Expositores da Feira de Barão e participação da CEI Agostinho Pattaro.

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