Unicamp cria “farinha da juventude”
Com o envelhecimento da população brasileira, tem aumentado a procura por métodos e fórmulas capazes de frear os sinais da idade. Hoje, o país ocupa a segunda posição no ranking de procedimentos estéticos, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo dados da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS). De olho nessas mudanças, a BR Hyaluronic trabalha com a utilização de farinhas comestíveis como fontes alternativas para a produção microbiana de ácido hialurônico, um importante aliado da indústria farmacêutica e cosmética.
A BR Hyaluronic é uma empresa spin-off da Unicamp, criada por Rhelvis de Campos Oliveira, ex-aluno que concluiu o doutorado na Faculdade de Engenharia Química da Unicamp. Rhelvis desenvolveu, durante o seu doutorado e sob orientação da professora Maria Helena Andrade Santana, um novo processo de produção de ácido hialurônico a partir de farinha de soja e por fermentação microbiana.
O processo foi patenteado junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) com o apoio da Agência de Inovação Inova Unicamp e licenciado para a empresa. “O grande diferencial de nossa tecnologia está no uso da soja. Nossa aposta é reduzir em cerca de 40 vezes o custo inicial de produção, quando comparado com outras matérias-primas como a peptona de soja e o extrato de levedura que chegam a custar mais de US$ 200/kg.”, afirma Rhelvis.
O empreendedor explica que o grau de pureza e a massa molar são parâmetros importantes para definir o valor agregado e o tipo de aplicação do ácido hialurônico, que pode ser usado desde a formulação de cremes, suplementos e colírios até preenchimentos faciais e cirurgias de reparação. Ele lembra que, apesar da sua importância, o Brasil não produz a substância em escala industrial e precisa importar o produto de outros países. A China é a principal fornecedora. “O que nós temos, por enquanto, é um produto com preço e custo de produção capazes de competir com o mercado chinês, levando em consideração todas as taxas pagas para importação. Mas queremos ir além”, disse Rhelvis.
O ácido hialurônico é produzido naturalmente por humanos e animais. Ele tem a função de preencher os espaços entre as células. Mas, à medida que envelhecemos, essa produção diminui, reduzindo também a hidratação e elasticidade da pele.
Leia matéria na íntegra publicada no site da Agência de Inovação Inova Unicamp.